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TV 3D: dúvidas e mais dúvidas

A curiosidade é quase tão grande quanto a incerteza. Muita gente nos pergunta sobre os TVs 3D, e meu último comentário a respeito (vejam aqui) gerou mais algumas dúvidas. Antes de tentar responder, quero lembrar que mesmo nós, que lidamos com o tema todos os dias, de vez em quando nos pegamos na dúvida. Tenho lido muito sobre esse assunto e vejo que a maioria dos especialistas estrangeiros está na mesma situação.

Agora, por exemplo, surgiu uma discussão sobre os óculos polarizados: dizem que nem todo óculos é compatível com todos os televisores. O que criaria uma situação bizarra como esta: num domingo à tarde, você convida um amigo para assistir ao futebol na sua casa e esse amigo chega com seu óculos 3D; ao sentar-se diante do TV, ele enxerga apenas imagens embaralhadas, nada do tal efeito tridimensional. E vai embora, chateado, para ver o jogo na casa dele mesmo – a menos que você o convença com uma boa cervejinha gelada…

Não estou brincando. A polêmica foi levantada pela revista americana DealerScope, dirigida a instaladores profissionais, que ouviu deles exatamente essa queixa. Muitos fabricantes estão despejando óculos no mercado, a preços variados, mas não é certo que haja compatibilidade. As lojas que vendem os TVs entregam junto um par de óculos (os melhores na faixa de 150 dólares), mas para uma família com mais de duas pessoas isso não é suficiente.

Outra dúvida que ainda espera por uma explicação é quanto às transmissões. As demonstrações já feitas com filmes em Blu-ray têm sido excelentes, e com certeza funcionam como forte impulso à compra. Mas, qual será a qualidade de um programa transmitido ao vivo em 3D? Há quem diga que o espectro de freqüências não irá suportar sinal de alta definição dobrado… Explicando melhor: a imagem 3D é composta de dois sinais similares, com pequeno atraso de tempo e um processamento sofisticado que “engana” o cérebro. Para que tenhamos essa imagem em alta definição, é necessário que os dois sinais sejam processados e transmitidos em HD (1080i), ou seja, utilizando o dobro da largura de banda de uma transmissão convencional. Isso pode vir a ser um problema para as emissoras abertas, e mais ainda para as fechadas, que operam sobre redes de fibra óptica com dezenas de canais sendo transmitidos ao mesmo tempo.

Como será na prática? Ninguém até agora apresentou uma resposta conclusiva.

Bem, muita gente está se queixando também do preço dos novos TVs 3D. Mas não vou entrar nesse mérito. Ainda sou daqueles, talvez ingênuos, que acreditam nas leis de mercado. Aquela conversa sobre a “ganância das multinacionais” já deu… Se o preço for muito alto, não irá vender. Simples assim. Vamos aguardar.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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