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Quando Steve Jobs fala…

Comentei aqui outro dia sobre o evento D: All Things Digital, realizado semana passada nos EUA, e vale a pena voltar ao assunto para lembrar coisas que foram ditas pelos verdadeiros gurus que lá estiveram. A começar, é claro, de Steve Jobs, que raramente dá entrevistas. Apertem os cintos…

“O fato de a Apple ter ultrapassado a Microsoft como empresa mais valiosa do mundo é surreal, mas não significa absolutamente nada… Ninguém vai comprar um produto nosso por causa dessa notícia.

“Optamos pelo padrão HTML5 para vídeo, em lugar do Flash, porque esta tecnologia está ultrapassada. O HTML5 tem aparência melhor e funciona melhor. Não declaramos guerra ao Flash, como a Adobe deu a entender. Simplesmente quisemos oferecer a nossos clientes o melhor produto. E já ficou provado que o Flash não faz falta. Se o mercado nos disser algo diferente, podemos estudar. Mas, hoje, estamos vendendo um iPad a cada 3 segundos…

“Vou contar um segredo: antes do iPhone, já tínhamos o projeto do iPad. Uma tela de vidro grande, multitouch, para você digitar com a ponta dos dedos. Aí, um designer nosso criou a função scroll de imagens, e eu pensei: temos que fazer um telefone com isso. E o iPhone saiu primeiro…

“Na Apple, costumamos conversar sobre a era pós-PC. O PC é uma idéia brilhante e tem nos acompanhado todos estes anos. Mas irá se transformar. O tablet pode ser uma nova versão do computador, ou talvez surja outra, não sei… O PC vai se tornar um produto de nicho.

“A AppleTV para nós passou a ser apenas um hobby. Mas o modelo da televisão hoje precisa mudar. Ninguém vai querer mais pagar por um receptor. A TV terá que encontrar uma outra estratégia.

“A indústria de cinema também tem que mudar. O modo de divulgar um filme não pode mais ser apenas através da publicidade convencional ou dos trailers. Com a internet, o público quer ver o filme onde e quando for mais conveniente. Temos que permitir isso.

“Acho que o consumidor quer pagar pelo conteúdo. Tudo que pudermos fazer para ajudar as editoras a vender seus conteúdos, faremos. A saída é ter uma política de preços agressiva, para ganhar no volume. Foi assim com a indústria de música, será assim com a indústria de mídia.

Falou quem sabe. Quer ver o vídeo da entrevista de Jobs no evento? Clique aqui. Aliás, sobre “o cara”, recomendo também este artigo de Cristina de Luca, publicado no IDG Now.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • penso que o mago esta calcado para tal afirmacao. embora nos usuarios dos iphone:3g 3gs,sentimos a necessidade de tal recurso. grande abraço.

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