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OLED, perfeito para 3D

Comentei aqui outro dia sobre o futuro da tecnologia OLED (Organic Light-emitting Diode), que se espera esteja acessível ao público daqui a três ou quatro anos. Muito bem. Acabo de saber que a empresa alemã MBraun, fabricante de painéis desse tipo, foi contratada por LG e Samsung para fornecer os componentes necessários à produção de TVs OLED em tamanhos de até 40″. E com um detalhe: seriam TVs 3D.

Não chega a ser uma surpresa. Já vimos na CES e na IFA demonstrações de 3D utilizando TVs OLED, que segundo parte dos especialistas são até melhores para essa aplicação do que plasmas e LCDs. Curiosamente, um dos fabricantes que mostraram isso na última CES foi a Sony (vejam este vídeo); no entanto, logo depois a empresa comunicou ao mercado que estava suspendendo o desenvolvimento do produto, devido aos altos custos industriais. A Samsung também exibiu o seu protótipo de 30″ (foto). Mas também alertou que o investimento na produção em escala seria muito alto, naquele momento.

Tecnicamente, o OLED apresenta duas características que, de fato, podem torná-lo mais adequado a exibir imagens em 3D. Primeiro, o tempo de resposta, próximo de zero. Significa que o processador de vídeo pode trabalhar em altíssima velocidade para combinar as duas imagens (direita e esquerda) e minimizar o chamado crossover, um tipo de interferência que ocorre entre elas. Segundo, os OLEDs têm ângulo de visão bem mais largo, o que é essencial na captação do efeito tridimensional. Sem falar na questão do backlight, que é desnecessário no OLED, assim como no plasma.

Agora, o lado negativo: os próprios fabricantes reconhecem que os painéis OLED têm vida útil mais curta do que plasma e LCD. E continuam ainda caros para produzir, especialmente em tamanhos grandes, pois o índice de perda é muito alto. Tudo isso, porém, está em evolução. Pode ser que daqui a alguns anos esses problemas nem existam mais.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Esquecem de comentar que mesmo que o tempo de resposta for zero (responsável por 30% do "blur"), o tempo de hold (tempo que o pixel emite luz durante o ciclo de serviço) é alto, semelhante aos LCDs, então terá problemas nas imagens semelhantes aos LCDs.

    É o tempo de hold o maior responsável por boa parte do "blur" dos LCDs (70%), para combater isso é que inventaram os duplicadores de frames(120Hz,etc) trabalhando juntamente interpoladores de frames (MCFI), mas geram artefatos (como efeito vídeo, etc).

    Tudo isto supondo que serão AMOLEDs e não PMOLEDs

    Abs, :legal

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