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Profissionalismo às avessas

Começam a surgir as notícias do novo governo relacionadas ao setor de tecnologia. A presidente eleita Dilma Roussef definiu que o novo ministro das Comunicações será Paulo Bernardo, atualmente no Planejamento. Segundo a imprensa, Bernardo já começou a “estudar” o assunto, confirmando que não é do ramo. Até aí, nenhuma novidade, o que mais se viu nos últimos oito anos foi gente sem preparo assumindo cargos importantes.

O problema é a forma como, ao que parece, este novo governo está sendo montado. Segundo levantamento do Estadão, os futuros ministros têm a sua disposição 7 mil cargos para serem preenchidos por pessoas sem concurso público (os malfadados DAS – Direção e Assessoramento Superior, bem explicados neste artigo). Alguém pode argumentar que é pouco, já que o total de funcionários públicos no País ultrapassa a casa dos 530 mil, considerando apenas os órgãos federais. Mas entre as grandes vítimas desse processo de politização do poder público estão as agências reguladoras, inclusive a nossa Anatel. Não é o caso mais crítico; este lugar pertence, de longe, à Anac, que cuida (ou deveria cuidar) do transporte aéreo, e que possui 237 cargos DAS.

Como já comentamos aqui várias vezes, essas agências deveriam ser imunizados contra a praga das indicações políticas. Nos países desenvolvidos, órgãos semelhantes existem para tomar decisões técnicas, às vezes até contrariando diretrizes de governo, mas sempre tendo em vista o interesse do País. Devem ser formadas por profissionais especializados naquele setor e (justamente para evitar injunções políticas) aprovados em concursos públicos.

Bem, minha opinião mais detalhada a respeito está neste artigo. Mas, pelo visto, parece que estou falando sozinho…

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Olá,Orlando!Não,você não está falando sozinho mas,somos poucos(bem poucos)os que se preocupam com esse estado de coisas.A esmagadora maioria está embevecida com seus carros financiados em 60X,suas tvs de LCD com pagamentos divididos em muitas vezes nas Casa Bahia da vida e com suas viagens parceladas no cartão de crédito,além de todos estarmos preocupados em nos proteger de sermos assaltados e mortos em qualquer semáforo ou ao sair/ chegar em nossos lares.Por isso somos tão poucos os preocupados...Abraço:Rubens.

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Orlando Barrozo

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