Leon, nascido na Síria e tendo viajado por dezenas de países, era por definição um “cidadão do mundo”. Queria, apenas, juntar suas duas paixões – o cinema e o Brasil. Fora crítico de cinema, especialmente na Folha de São Paulo, o primeiro a abrir nossos olhos para filmes que não fossem americanos, ingleses, franceses ou italianos. Teve ainda que lutar duro contra a censura militar nos anos 70, quando cometeu a ousadia de querer exibir aqui filmes cubanos, chineses, soviéticos etc. Perdemos o contato nas ladeiras da vida, mas acompanhei a distância o crescimento da Mostra, com suas longas filas de jovens em busca de filmes-cabeça. Sempre com uma equipe reduzida e contando cada centavo, Leon conseguiu trazer a São Paulo grandes cineastas, como Wim Wenders e Pedro Almodóvar, e inúmeros filmes importantes.
Um batalhador incansável, que ainda na cama do hospital fazia planos para a 35a. edição da Mostra, marcada para o final do mês (leiam, por favor, este seu depoimento sobre a vida, o cinema e a doença).
E vamos rezar para que outubro não nos tire mais nenhum grande talento…
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