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Sem cabo nem rabo…

Usuários da Embratel, Net Virtua, Claro e outras operadoras menores puderam experimentar, entre ontem e hoje, um pequeno gostinho daquilo que alguém já previu irá acontecer quando a rede mundial entrar em colapso. O rompimento de um cabo submarino da Embratel paralisou (ou tornou bem mais lentas) as comunicações entre servidores instalados no Brasil e nos EUA. Até o momento em que escrevo, o problema continua causando travamentos e lentidão, inclusive no acesso a este blog.

Lembro que a primeira vez que li sobre “colapso na internet” foi em 2004 – até guardei o link, pois ainda não havia me ocorrido que esse fluxo absurdo de informações poderia ser interrompido. Os alertas nesse sentido já foram muitos, mas aparentemente governos e empresas responsáveis não os estão levando a sério. Na última Futurecom, em setembro, o próprio secretário-geral da UIT (União Internacional de Telecomunicações), Hamadoun Touré, pediu providências urgentes a respeito – o colega Ethevaldo Siqueira, do Estadão, fez um bom resumo do tema.

O que aconteceu agora com o cabo da Embratel talvez seja um sintoma de que algo está errado no setor. A empresa informou que seus técnicos entraram em ação imediatamente e já estavam corrigindo o tal cabo rompido, localizado no litoral do Ceará. Como é alto o número de empresas brasileiras que utilizam servidores americanos, a falha deve ter afetado muita gente. Claro, incidentes como esse podem acontecer em qualquer lugar do mundo. O que acho estranho é o fato de não existir alternativa. Teoricamente, todo cabo (ainda mais submarino) deve ter pelo menos uma redundância, ou seja, outro cabo que o substitua, automaticamente, em caso de falha.

Essa história ainda precisa ser melhor explicada.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • É claro que,sabendo como acontecem as coisas aqui no Brasil e correndo o risco de ser preconceituoso,dá para imaginar que,exitindo o cabo redundante e com o imobilismo que aqui impera,com o aumento absurdo do tráfego de dados,o redundante deixou de sê-lo e,com o rompimento de um dêles,o serviço tenha ficado sériamente prejudicado,como acontece com as vias marginais,que tem as pistas principais e locais e basta uma das faixas de uma das pistas ficar interditada,para travar tudo.

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