


Nesta quinta-feira, consumou-se num tribunal de Manhattan a concordata da Kodak Eastman Co., uma das marcas mais antigas do planeta. Comemorando 131 anos de existência, a corporação que ensinou tanta gente da fotografar caiu no famoso Capítulo 11, que é o item da legislação americana referente à quebra de empresas. Já tínhamos comentado aqui a situação da Kodak, que no início do ano passado havia acumulado prejuízos da ordem de US$ 7 bilhões em seis anos. Sabia-se que o resultado era fruto da inercia de seus executivos diante da transição do mundo analógico (onde se destacava o filme Kodachrome) para o digital. Quando se deu conta, a Kodak não tinha mais como escapar do buraco.
Agora, segundo The Wall Street Journal, a empresa aceita a derrota, mas sai atirando. Além de seus erros de gestão, coloca parte da culpa em “parceiros” que, na hora H, a abandonaram. Antoinette McCorvey, diretora financeira a quem coube carregar esse abacaxi, citou nominalmente Apple, HTC e RIM (Blackberry) como empresas que compraram patentes suas, não pagaram o que fora combinado e depois passaram a usar outras patentes sem autorização (as três respondem a processos desse tipo). Desde que o mundo se tornou digital, a receita relativa a patentes era o que vinha mantendo a Kodak de pé. Agora, nem isso.



O fundador George Eastman (na foto ao lado de Thomas Edison) deve estar se remoendo no túmulo.
Orlando BarrozoOrlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.