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Licença para dirigir (e conectar)

Não tive muita chance de comentar aqui um dos fenômenos mais interessantes que vimos na CES, no início de janeiro: a nova geração de automóveis, que estão sendo chamados de “carros conectados“. Assim como os TVs estão ganhando inúmeros aplicativos, os novos modelos desenvolvidos pelas principais montadoras agora podem sair de fábrica com uma série de funções que anos atrás pareceriam “coisa dos Jetsons”.

O assunto é polêmico. Ao mesmo tempo em que soa fascinante dirigir um carro que pode se comunicar com outro em pleno trânsito (sim, já existe!), especialistas advertem para o perigo que vem embutido em certas inovações. A revista americana Consumer Reports, eterna defensora dos direitos do consumidor, alertou no final do ano passado que os fabricantes não podem colocar a tecnologia acima da segurança do motorista. E citou vários exemplos de itens prometidos pelos fabricantes que podem, de fato, distrair quem está dirigindo (navegar pelo Facebook é só um deles).

Mas a maioria dos usuários dificilmente irá resistir quando lhe for oferecido um carro que, por exemplo, traz no painel um display 3D onde é possível abrir telas do Google Maps ou do Street View, como é o caso deste Audi da foto acima, exibido na CES. As montadoras apostam no apelo de recursos como o mbrace2, da Mercedes Benz, que adapta aplicativos dos smartphones para o painel do veículo, permitindo transferir facilmente os arquivos (imagine fazer isso dirigindo numa avenida movimentada…). Este vídeo produzido pela montadora alemã ilustra bem o conceito, embora seja particularmente infeliz ao mostrar como o motorista pode encontrar uma cervejaria (!) pelo painel.

A americana Ford, primeira a investir nos carros conectados, ainda em 2007, exibiu na CES os avanços de sua plataforma Sync, desenvolvida em conjunto com a Microsoft, na qual o usuário aciona os comandos do carro pela voz e, se quiser, pode jogar todas as músicas guardadas no seu iPhone para a “rede” instalada no veículo. Aqui, uma entrevista com o presidente da Ford falando a respeito.

E já temos também o “carro que anda sozinho”, ou quase isso. A novidade é da BMW e pode ser conferida neste outro vídeo. Acionando um determinado botão, você deixa que o veículo siga em frente numa velocidade máxima pré-programada, evitando obstáculos e até mesmo obedecendo a sinalização local, enquanto o motorista, se quiser, pode falar ao telefone ou até, quem sabe, escrever emails. Maravilha, não? Por enquanto, trata-se apenas de um protótipo. Mas, pelo vídeo, percebe-se que o tal carrinho é mais inteligente do que muito motorista por aí.

 

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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