Num primoroso artigo publicado esta semana, a competente jornalista Eliane Brum, da revista Época, questiona o uso desenfreado da expressão “doutor” como sinônimo de alguém importante. Claro, médicos, dentistas e advogados saem de suas faculdades com esse título, que nada tem a ver com suas respectivas competências ou qualificações. “Doutor” passa a ser toda pessoa que conclui um desses cursos. Como bem lembra Eliane, no entanto, a palavra “doutor” (no popular, “dotô”) passou a ser eufemismo para a distinção de classes sociais. Para muitos, soa natural quando o feirante ou o frentista do posto chama o cliente dessa forma. Não deveria. É como afirmar que alguém é mais importante simplesmente por ser mais rico.
No país dos espertinhos, basta alguém estar bem vestido para merecer o inadequado (e injustificado) apelido. Chega-se assim ao limiar do conhecido “sabe com quem está falando?”, fachada da intolerância e do preconceito. Nos meus tempos de repórter esportivo, cheguei a ser repreendido por não chamar cartolas de futebol de “doutor”, vício que ainda hoje é disseminado. Sem falar em executivos, empresários e policiais que se valem da denominação fictícia para humilhar, constranger e/ou obter vantagens.
Quando se constata que grande parte dos escândalos denunciados no país nos últimos anos foi produzida por “doutores”, fica mais fácil entender o mal que a distorção tem causado ao país. É mais um subproduto da ignorância fomentada pelos políticos (de todos os partidos) para manter seus nacos de poder.
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