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A volta da velha Olivetti

Para quem sempre ganhou a vida digitando (antes se dizia “datilografando”), não deixa de ser nostálgico noticiar a volta da Olivetti. Podia jurar que essa marca estava morta e enterrada, desde que seu produto mais famoso, a máquina de escrever, foi atropelado pelo computador. Alguém se lembra? Foi na virada dos anos 80 para os 90, quando vários outros símbolos do “mundo moderno”, como se dizia até então, foram para o mesmo ralo – assim, de relance, me vêm à cabeça o telefone (aquele preto, fixo, com disco, de onde veio a expressão “discar”), o LP e o telex.

Bem, a volta da Olivetti pode até ser saudada por seus admiradores (aposto que todos anciãos), mas nada tem a ver com aquelas relíquias. A empresa se uniu à mineira Microboard para produzir tablets de baixo custo, em dois tamanhos (7,8 e 9 polegadas) e tentar competir com a poderosíssima Positivo. E não havia desaparecido, longe disso, tem estado ativíssima na produção de modems 3G, vendidos a operadoras como a Oi, e parte agora para o segmento de 4G. Li tudo isso no site Convergência Digital, que entrevistou o diretor executivo da Olivetti, Gino Santoro. Ele se diz animado com esse negócio, considerando que são justamente os tablets baratos (na faixa de R$ 800) os mais vendidos atualmente no Brasil.

Ou seja, é mais uma empresa que “descobre” as maravilhas de vender para a classe C. E que, ao contrário de tantas outras mundo afora, soube se reinventar (hoje pertence ao grupo Telecom Italia, mais conhecido como Tim).

Como ex-usuário, só posso dizer: Viva a Olivetti! E tenho certeza que falo em nome de milhões de outros da minha geração que já tiveram uma igualzinha a essa da foto. Aliás, uma historinha que me contaram recentemente dá ideia do fascínio que essas máquinas exerciam sobre nós. Um garoto da geração millenium, que praticamente já nasceu com um computador no berço, ao ver pela primeira vez seu avô escrevendo numa Olivetti, comentou: “Que da hora… um computador que já vem com impressora dentro!”

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Eu já tive uma dessas. A última que comprei — e que ainda mantenho funcionando — é uma Lexikon 80, aquelas que existiam nas redações (lembro bem do Jornal da Tarde). É uma pequena jóia. E como dizia o menino: já vem com impressora. O que é a modernidade!

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