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Tem TV paga? Ganha Wi-Fi

Na corrida para fidelizar seus usuários, as operadoras de TV por assinatura não podem perder tempo. E a Net, que é a maior e mais antiga delas, parece disposta a não dar o menor espaço à concorrência. Nesta quinta-feira, a empresa – que desde o ano passado pertence integralmente à mexicana América Móvil – juntou-se a suas coligadas Embratel (telefonia fixa) e Claro (celular), ambas do mesmo grupo, para ampliar a oferta de internet sem fio. Em breve, clientes das três empresas em nove grandes cidades do país poderão usar seus aparelhos (telefone, tablet ou notebook) para acessar mais de 6 mil hotspots.

Ao contrário dos EUA e dos principais países europeus, onde raramente se encontra uma conexão Wi-Fi gratuita, o Brasil caminha na direção oposta. Parece que a ideia das operadoras (pelo menos aquelas que podem fazê-lo) é utilizar a estrutura de rede já montada para fidelizar o assinante oferecendo esse serviço sem custo. Os hotspots geralmente estão em pontos de grande circulação de usuários, como shoppings, aeroportos, parques, bares etc. Com senha e login, o acesso – dizem as empresas – é automático. Em São Paulo, são mais de 1.700 hotspots, e no Rio, quase 1.000.

Além de ser um serviço a mais ao assinante, a conexão Wi-Fi significa um grande passo dos mexicanos no sentido de dominar o mercado brasileiro. Na verdade, a concorrente Oi também está ampliando a oferta de hotspots, que já passam de 80.000 em todo o país, segundo a empresa, incluindo redes de fast-food e cafeterias. Por ter herdado a maior rede cabeada do país, da antiga Brasil Telecom, a Oi consegue aquilo que o pessoal de marketing gosta de chamar de “capilaridade” (para mim, uma palavra horrorosa). Já fala em chegar a 500 mil hotspots até o fim do ano. Só é preciso ver se as conexões realmente funcionam e não caem a toda hora.

Já no caso da América Móvil, a integração entre Net, Claro e Embratel parece cada vez mais próxima. As empresas não divulgam quantos assinantes possuem, mas é possível estimá-los em 50 ou 60 milhões, incluindo os muitos clientes corporativos, empresas que certamente vão gostar de poder oferecer Wi-Fi a seus funcionários cuja produtividade depende de boa estrutura de comunicação. Se grupos concorrentes, como Vivo/Telefônica, Tim e GVT/Vivendi, decidirem entrar firme na disputa, aí sim teremos no país uma competição em torno de serviço, conceito que envolve bom atendimento e qualidade das conexões.

E todos terão que caprichar, caso contrário o assinante irá mudar. Como hoje muda de canal.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Nos EUa tive a oportunidade de usar WiFi gratuito em diversos lugares, desde shopping, restaurantes, lojas e até na rua em alguns pontos. E a conexão era de razoável qualidade. Acho aqui no Brasil mais raro, mas espero que mude.

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