Essa nova sigla, mais uma entre tantas no jargão tecniquês, refere-se a High Resolution Audio. É como a entidade propõe que sejam chamados, a partir de agora, os aparelhos para reprodução de música que fujam das limitações do MP3 e proporcionem uma “experiência auditiva mais próxima da gravação original.” Por mais belas que sejam essas palavras, a iniciativa nada mais é do que um apelo para que usuários do mundo inteiro passem a escolher melhor a música que ouvem. Só que isso exige, além de bons ouvidos, um bom investimento em players, amplificadores, caixas (ou fones) etc. E aí a campanha bate de frente com o mercado, que hoje – feliz ou infelizmente – busca mais conveniência do que qualidade.
A campanha tenta convencer o consumidor fazendo analogia com os conteúdos de vídeo. Da mesma forma que HD significa “alta definição” de imagem, claramente superior ao padrão anterior (SD), HRA seria “alta resolução” de som. Só que vídeo e áudio são conteúdos bem diferentes. Mesmo um observador leigo dificilmente irá confundir uma imagem HD com uma SD. É consenso entre os especialistas que quem se acostuma com essa qualidade de imagem não aceita dar um passo atrás – voltar a assistir a filmes ou TV no padrão standard. Já com música, são poucas as pessoas que conseguem discernir entre MP3 e FLAC, só para citar um dos formatos de alta resolução existentes.
Segundo a Sony, o formato HRA abrange gravações com frequência e taxa de amostragem superiores às do CD (44,1kHz, 16bit). Os padrões do mundo high-end começam em 48kHz e chegam até 192kHz, em 24bit, e o HRA seria compatível com todos os arquivos de música situados dentro dessa faixa. Problema: iTunes, Amazon, Pandora e outros serviços de música fornecem pouquíssimos arquivos com essa qualidade, que na prática se traduz em melhor detalhamento sonoro. E isso porque arquivos gravados dessa forma são muito mais pesados e, portanto, demoram para carregar (quanto mais para download).
Independente dos números, basta olhar para a tela e conferir as diferenças. Em música, não basta ter um bom fone de ouvido, ou um excelente conjunto de caixas. E, para a maioria das pessoas, isso nem faz diferença.
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