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Os gigantes do mundo multimídia

Relatório divulgado em maio do ano passado, com dados atualizados até 2010, revelava que seis conglomerados de mídia controlam nada menos do que 90% de tudo que se lê, se ouve e se assiste no mercado americano (o maior do mundo). No cálculo anterior, de 1983, eram 50 grupos. Ou seja, o mercado cresceu e se concentrou absurdamente (os detalhes estão neste link).

Claro, não é um fenômeno apenas dos EUA; a concentração é talvez o efeito mais importante das mudanças econômicas registradas nas últimas décadas, em função das desigualdades entre os países. Tem a ver também com os avanços tecnológicos, que exigem capital intensivo, restrito aos grandes grupos, e com o processo de globalização. Para quem olha de fora, é um panorama cruel e, aparentemente, sem alternativa.

Bem, aqueles seis grupos citados no primeiro parágrafo são, pela ordem:

General Electric – Além de potência industrial, controla marcas valiosas como Comcast (maior operadora de cabo dos EUA), NBC e Universal Pictures;

News Corp – Aquele mesmo, do polêmico magnata australiano Rupert Murdoch, dono da Fox (cinema e TV) e do Wall Street Journal;

Disney – Além de parques de diversão, canais de TV e produtora de filmes, o grupo inclui a rede de TV ABC, as produtoras Miramax e Pixar e os canais ESPN;

Viacom – Já foi maior, mas continua ali no G6, com MTV e Paramount, entre outros empreendimentos;

Time Warner – Duas das marcas mais simbólicas da cultura americana, que se fundiram no final do século passado, hoje detêm propriedades como CNN, HBO e, claro, os estúdios de cinema e TV Warner Bros.

CBS – Embora perca em faturamento para os demais, é outro símbolo dos EUA: além da famosa rede de TV, controla a Showtime (TV paga) e a nfl.com (que comanda os bilionários negócios em torno do futebol americano).

Mas, atenção: esse levantamento é de três anos atrás. Nesse período, cresceu a importância das empresas de internet, e algumas delas já superam esses conglomerados em faturamento, segundo esta outra estimativa. Exemplos: enquanto Time Warner teve em 2012 receitas na casa de US$ 48 bilhões e News Corp, de US$ 33,4 bilhões, Google chegou a US$ 37,9; Amazon, US$ 67; e Microsoft, US$ 69,9. Todos podem ser definidos hoje como “grupos multimídia”. E anotem: o rápido crescimento de novatas como Facebook (hoje com US$ 1,6 bi) e Netflix (US$ 945 milhões) está espantando os analistas.

Não estranhem se nos próximos estudos esses nomes aparecerem lá no topo.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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