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Ainda a polêmica do PlayStation 4

O assunto continua rendendo. Consumidores inconformados destilam ódios e preconceitos nas redes sociais, usando como pretexto o preço do videogame. Preço descabido, aliás. Volto ao tema porque alguns leitores interpretaram mal o que escrevi aqui semana passada, insinuando que o texto defendia a Sony. Sim, num país livre todos podem escrever o que quiserem, e cada um tem o direito de entender como quiser. Já dizia um falecido político americano: “Emitir opiniões todo mundo tem direito; agora, ser levado a sério é outra coisa.”

Reproduzi aqui um gráfico divulgado pela Sony que, como bem apontaram alguns leitores, partia de um pressuposto errado: o preço de venda nos EUA (equivalente a R$ 858) não pode ser usado para cálculo dos tributos que incidem na hora da importação; o certo é descontar a margem de lucro do revendedor americano, que costuma ser da ordem de 30% a 40%. Nessa premissa, o valor do PlayStation 4 no Brasil – seguindo os cálculos da Sony – seria de, no máximo, R$ 1.800.

Em favor do fabricante, o que se poderia afirmar é que, além dos tributos, existe o que se convencionou chamar de “custo Brasil”: transporte, armazenamento, seguro, energia, encargos sociais, enfim, toda a parafernália que torna os produtos aqui mais caros do que em qualquer outro país. Claro, são despesas “invisíveis”, pois é impossível dar a elas valores específicos. Mesmo assim, os tais R$ 4 mil soam fora da realidade.

O mais interessante de todo esse episódio é saber que já tem gente na lista de espera para comprar o produto, enquanto outros pagam passagem a Miami, Nova York ou Ciudad de Leste para trazer os seus (aproveitam e trazem também para parentes e amigos). Queiram ou não, é uma vitória da Sony.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • E assim a Sony sai ganhando, mesmo tratando mau seus consumidores brasileiros, ao invés dos mesmos não comprarem PS4 em lugar nenhum, uma grande parcela está comprando. De resto cada um faz o que quer... é como mulher de malandro... gostam mesmo de apanhar e se tratados maus!!! Grande abraço.

  • Eu não concordo que esta é uma vitória para a Sony que têm prejudicado seriamente a sua imagem.
    O ponto aqui é que: Sony sabia sobre o alto preço do PS4 por um longo tempo e não fez nenhuma tentativa de considerar o mercado brasileiro e ajustar, Fazendo o produto no Brasil. A Microsoft realmente ganhou esta rodada durante o lançamento de seu Xbox One. Claro que no curto prazo, haverá pessoas que vão viajar para os EUA e pagar qualquer preço. No entanto, considerando que o sucesso do PS4 será determinada durante o ciclo de 8 a 10 anos de vida, eu tenho minhas dúvidas como bem sucedido o PS4 será no Brasil.

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