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Para onde caminha a TV por assinatura

Em entrevista ao site Tela Viva, Carolina Teixeira, da consultoria internacional Frost & Sullivan, analisa o fenômeno que os americanos chamam de cord-cutting, e que já comentamos aqui. São os usuários de TV por assinatura que estão cancelando os serviços das operadoras e partindo para os chamados OTT (Over-the-top), dos quais o mais famoso é o Netflix. A novidade, segundo ela, é que está surgindo uma outra categoria de consumidores, que nos EUA são identificados como cord-nevers, algo que em português pode ser definido como “aqueles que nunca terão TV por assinatura”.

A explicação é que muitos jovens americanos nem passam pela TV paga: preferem os serviços via internet, e ponto final! No Brasil, segundo Carolina, é um pouco diferente. Não são apenas jovens, mas pessoas de uma classe social que não consegue pagar o custo da assinatura mensal e, por isso, é atraída pelos OTT, mais baratos. A Frost & Sullivan está realizando uma pesquisa sobre esse mercado na América Latina, e o Brasil é um dos países onde o consumo de vídeos online vem superando até, por exemplo, os de EUA e Inglaterra. Sua estimativa é de que até 2017 os chamados serviços não-lineares respondam por 35% do faturamento das operadoras; estamos falando de Muu, TelecinePlay, ClaroVídeo, Vivo Play e outros serviços, que chegam ao usuário pela internet e podem ser acessados em qualquer tela.

Vale a pena ler a entrevista. A meu ver, a grande diferença é que no Brasil todas essas opções são oferecidas pelas próprias operadoras de TV por assinatura e/ou seus parceiros, além da Globosat, maior programadora do país. Nos EUA, onde a legislação é outra, quem faz OTT são empresas “independentes”, e que atendem por nomes como Apple, Google, Amazon e a nova gigante Netflix. O que significa maior competição, enquanto aqui a tendência é maior concentração.

 

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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