Pior: como em tantos outros temas, o país está dividido nessa proposta. Foram as operadoras de telecom que reivindicaram ao governo o adiamento, com uma desculpa mais do que esfarrapada, a de que precisam de tempo para constituir os dois órgãos que, pela lei, serão encarregados de implantar e fiscalizar o cumprimento da LGPD. Detalhe: a lei foi aprovada há quase dois anos. Já o Ministério Público Federal não quer saber de adiamento, justificando que a crise da COVID-19 está deixando a descoberto dados sanitários de milhões de pessoas.
A quantidade de opiniões circulando na mídia, contra e a favor da LGPD (aqui, dois exemplos), permite questionar onde estavam todos esses especialistas quando o texto foi aprovado. Empresas e cidadãos foram assim colocados diante de uma tremenda insegurança jurídica. E estamos falando de uma legislação copiada quase que integralmente de suas versões europeias, que já estão em vigor. O país corre o risco de ficar sem proteção de dados nenhuma.
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