Sem dizer abertamente, a Globo acaba de tirar do ar a Globosat, talvez a marca mais tradicional do mercado de TV por assinatura. Em seu lugar, entra o genérico “Canais Globo”, que é como aparecerão agora nas grades das operadoras. Aliás, é bom também prestar atenção no verbete “operadoras”, pois estas caminham céleres para se transformar em algo bem diferente do atual papel de empacotadoras de canais – vide o caso Claro (detalhes aqui).
Nesta segunda-feira, executivos da Globo apresentaram a nova estrutura montada sob a rubrica Globoplay. Esse passa a ser o guarda-chuva para todos os conteúdos produzidos e distribuídos pelo grupo: TV aberta, séries nacionais (feitas em casa) e internacionais como as já oferecidas na plataforma, Premiere, Futura, Combate, eventos ao vivo (quando estes voltarem a ser realizados) e os conteúdos de todos os canais até agora centralizados na Globosat. Tudo agora é por aplicativo, sob demanda ou da forma que o consumidor quiser.
Isso quer dizer que a Globo irá vender assinaturas diretamente ao distinto público, inclusive os que nos EUA são chamados cord-nevers: não têm nem querem ter TV por assinatura, embora não abram mão do Netflix e outros serviços de streaming. Continuará fornecendo seus canais às operadoras, mas ao mesmo tempo se torna concorrente delas. “A gente jamais vai dizer: ‘cancele a sua TV por assinatura e venha para o Globoplay. São experiências diferentes”, disse no evento o diretor da área digital da Globo, Erick Bretas.
A aposta é na oferta de conteúdos nacionais com a “assinatura” Globo, algo que nenhum concorrente poderá oferecer. Segundo Bretas, a base de usuários do Globoplay cresceu 145% no primeiro semestre (os números totais não são divulgados), sendo 2/3 deles pagantes (R$ 29,90 ao mês). Agora, por R$ 49,90, a empresa acredita que conseguirá continuar atraindo a audiência que não se dispõe a pagar por uma assinatura convencional, mesmo com a competição cada vez mais forte.
Vale lembrar que o app Globoplay já está vindo integrado às TVs Samsung, LG, TCL, Roku e todas as que utilizam plataforma Android. Esses fabricantes aceitaram as regras da Globo sobre o controle de direitos autorais (DRM), de modo que seja impossível copiar os conteúdos pela TV. Assim como Fox e Turner, a Globo defende que o formato de assinatura por streaming não fere a Lei da TV Paga, motivo de disputa judicial, como explicamos aqui.
Resta ver agora como reagirão os telespectadores, digo, assinantes.
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"Conteúdo nacional com assinatura globo, algo que nenhum concorrente poderá oferecer."
Esse Diretor bebeu ou fumou algo muito forte. Não é possível que ele acredite que os produtos da globo tem condições de concorrer com os gigantes do mercado do entretenimento por assinatura.
Produtos globo de graça na TV aberta é claro que muuita gente assiste, por falta de opções.
Agora, pagar pra ver essas porcarias, convenhamos, estão sonhando.