Para quem se queixa do excesso de siglas na indústria eletrônica, aí vem mais uma: NanoLED. Um protótipo demonstrado em janeiro pela empresa californiana Nanosys, que tem parceria com a Samsung, revelou o primeiro painel de pontos quânticos capaz de emitir a própria luz. Pode não parecer, mas trata-se de um tremendo salto tecnológico.
Como explicamos neste artigo, estamos falando da menor partícula de led já construída. “Nano” significa a milionésima parte de um milímetro, ou seja, o simples fato de conseguirem isolar um elemento desse tamanho já é notável. Mais impressionante é terem inserido esse led minúsculo num ponto quântico (QD, do inglês quantum dot), também ínfimo, de tal modo que esse QD emite luz própria (foto abaixo). Uma película com centenas ou milhares desses QDs é capaz de produzir luz suficiente para preencher uma tela com imagens coloridas de altíssima resolução.
O problema do backlight é que a geração de luz nunca é uniforme em toda a superfície interna da tela, resultando em pontos mais claros e outros mais escuros. Além disso, parte da luz vaza pelas laterais da tela, deixando o preto com cara de cinza. O surgimento dos backlights miniled, que comentamos aqui, melhora bastante o desempenho das TVs LCD, mas não elimina totalmente o problema.
Sem o backlight, um display NanoLED funciona de modo similar ao OLED: cada pixel que forma a imagem contém a própria luz de que necessita. A diferença, diz o pessoal da Nanosys, é que os nanoleds são inorgânicos e, portanto, não sofrem desgaste com o tempo, risco que atinge os leds orgânicos. É também o que diz a Samsung sobre os painéis MicroLED (The Wall), que comentamos neste post. Só que essa é uma tecnologia caríssima, bem mais cara, aparentemente, que a NanoLED.
Embora seja de fato uma inovação auspiciosa, é preciso manter um pé atrás com protótipos como esse. Por enquanto, há poucas informações disponíveis além das fornecidas pela própria Nanosys, empresa que detém a patente dos QDs. O display usado na demo em Las Vegas tinha apenas 6 polegadas! Vamos aguardar seu desenvolvimento e as opiniões de especialistas não vinculados à empresa, até que o protótipo se torne realidade.
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