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Inteligência Artificial não tem mais volta

Pouco se falou, na CES 2025, em qualidade de imagem. Claro, todo fabricante diz que a sua é superior, mas na prática há pouquíssimas diferenças técnicas entre as TVs. Mesmo a tão decantada superioridade das OLED, que já apontamos aqui e é alardeada por nove entre dez sites especializados internacionais, deixou de ser um diferencial tão decisivo. A corrida, agora, tem outro nome: Inteligência Artificial (IA, para os íntimos).

Se ali por 2010 já se falava que as TVs estavam virando “computadores com imagem” (vejam este post), agora elas são uma espécie de caixa de algoritmos. E a cada temporada recebem mais funções, aliás, tantas que até fico em dúvida se o feliz comprador dará conta de usufruir deles.

Não sou contra a evolução, muito ao contrário, mas nunca esqueço um ensinamento de um antigo executivo do mercado, ali pela virada do século 20 para o 21: a indústria não quer saber se o consumidor vai ou não usar, importante é rechear os aparelhos de recursos porque é assim que eles serão apresentados na mídia e nas campanhas do varejo.

Bem, abstraindo esse conceito mercadológico, não há como não ficar impressionado com o que vimos nesta CES, especialmente por parte dos fabricantes coreanos. Dou alguns exemplos:

Inteligência Afetiva – O que a LG descreve como affectionate intelligence é um conjunto de recursos de IA destinados a personalizar a experiência de usar a TV. Numa demonstração ao vivo, a empresa exibiu o que chamada de On-device AI Hub, em que todos os aparelhos de uma casa seguem um padrão de funcionamento baseado no contexto de cada necessidade do usuário.

IA Personalizada – Esse termo genérico está sendo usado pela Samsung ao apresentar sua estratégia 2025. Inclui comandos como Live Translate (“tradução ao vivo”), que converte qualquer diálogo ou narração para legendas em português; e Click to Search (“clique para pesquisar”), que permite, com um único toque, solicitar informações sobre um produto ou um ator que aparece na tela. Um dos salões da empresa na CES exibiu inúmeras telas de toque, de vários tamanhos (este vídeo mostra uma parte do espaço).

AI Magic Remote – O novo controle da LG, com uma tecla específica para IA, torna as buscas mais intuitivas, incluindo pesquisas por voz que serão respondidas no padrão LLM, similar ao do ChatGPT.

 

Tanto LG quanto Samsung fecharam parcerias com a Microsoft para usar nas TVs a plataforma Copilot de IA. Assim como o Google, que estreou na CES a versão do assistente de IA Gemini para TVs (vejam aqui), a Microsoft também corre atrás da OpenAI. Essas parcerias certamente darão mais visibilidade ao Copilot, antecipando talvez a disputa mais interessante do mercado de tecnologia este ano.

 

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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