Agora, a situação se repete – se bem que ainda em escala bem menor. O problema é a crise financeira mundial, que faz os investidores (e também os consumidores) se retraírem. Nos EUA, a tradição reza que para abrir um negócio basta você ir ao banco e pedir um financiamento a longo prazo, e com juros camaradas. Só para citar alguns exemplos, Microsoft, Apple, Dell e Cisco surgiram assim. Essa tradição tem a ver com o famoso espírito empreendedor que está na base do capitalismo. Os americanos se orgulham de ser a “terra das oportunidades”, mas nos dias atuais está difícil manter essa imagem.
No caso específico das empresas de tecnologia, a maioria delas trabalhando com perspectivas de retorno a médio ou longo prazo, o apoio dos investidores é crucial. São geralmente fundos de investimento que decidem apostar num determinado projeto, os chamados start-ups. Nos tempos DC (Depois da Crise), esses fundos querem garantias, em vez de simples promessas. Não basta ter uma boa idéia, mas demonstrar que ela é viável economicamente. Reportagem recente da revista Exame mostra que acabou aquela mania de montar equipes gigantescas para tocar um projeto; é preciso fazer mais (leia-se: trazer mais resultados) com pouca gente, isto é, aumentar a produtividade individual de cada trabalhador envolvido no processo.
Nada diferente do mundo real. O problema é que muita gente da tecnologia parece ignorar o mundo real.
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