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E os preços continuam caindo…

Reportagem do Estadão neste fim de semana confirma o que temos visto por aí: os preços dos eletrônicos em geral seguem em queda, à medida que se aproxima a temporada de Natal. Como se sabe, números não mentem, embora possam ser manipulados. Neste caso, o único detalhe que não bate é: por que os preços continuam caindo se o mercado está, como gostam de dizer os investidores, “comprador”? Mistério.

Em todo caso, os dados levantados pelo jornal e pela empresa de pesquisa de preços Shopping Brasil são incontestáveis. Analisando oito produtos – cinco modelos de TV e três de câmeras digitais – a conclusão é que, em um ano, houve redução média de 49%, ao contrário da linha branca, por exemplo, que teve aumento de 9%. A pesquisa se baseou em informações de 476 revendedores (não diz quais) em vários pontos do País. E mais: a previsão é de que produtos de áudio e vídeo serão as estrelas do Natal, com aumento de 15% sobre as vendas do final de 2009.

Nenhum dos entrevistados admite que a queda do dólar esteja influenciando esse fenômeno. Preferem atribuir ao aumento do crédito e dos prazos de financiamento. Mas não dá para deixar de reconhecer que o fator mais importante é o maior poder aquisitivo de boa parte da população: só neste mês, com a parcela do 13° salário que será paga, mais de R$ 60 bilhões devem ser injetados na economia. E, com dinheiro no bolso, ninguém resiste a uma bela imagem em alta definição.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Existe só dois tipos de produtos em nosso mercado: Ou são baratos ou são bons!

  • Mais um caso para exemplificar nossa discussão sobre gananciosos x burros x trouxas! Receiver estéreo da Sherwood: Mais um distribuidor que insiste em divulgar “preço sugerido”, no caso a Chiave de Santa Catarina e fomentar a guerra entre revendedores cada vez mais famintos. Sugerido = R$ 997,00. Dá 32% de desconto para a revenda (poxa, o cara está ganhando tudo isto e reclama do distribuidor?!). Pagamos para ele R$ 678 (se for pagamento antecipado) e “o resto é nosso!!! Para começar, se oferecer a 997, ninguém leva sem no mínimo 5% de desconto, ficando por 947,15 ou arredondado para 940. Se oferecer por mais, não vende pois sempre terá uma revenda desesperado, precisando pagar as contas e vender por no máximo 997. Aqui no meu estado pagamos 17% de substituição tributária, o que significa que não vai para transportadora sem pagar R$ 115,26 e o frete é sempre por conta de quem compra (de 50 a 100 Reais, dependendo da transportadora. Vamos considerar 50 Reais). Sendo assim, batalhei para vender um receiver por de 997 por 940 Reais, gastei no mínimo 843,26 para receber o produto, sobrando R$ 96,74 ou menos de 10% do preço sugerido. Se fechar por menos, não ganha nada, se oferecer por mais ninguém compra, pois alguém sempre venderá por menos que você. Existem duas soluções: Não vender mais os produtos dele ou trazer do Paraguai. Se todos refletissem antes, não chegaríamos a extremos. A minha solução é os distribuidores pararem com divulgação de sugeridos tão baixo ou selecionarem melhor suas revendas. Saudades da nossa ABEAV, que acabou tomada por gananciosos!!!!

  • Sou novo no mercado, mas em pouco tempo já percebi que a frase do Adamastor reflete uma necessidade urgente para nosso mercado. “A minha solução é os distribuidores pararem com divulgação de sugeridos tão baixo ou selecionarem melhor suas revendas”. A questão parece não ser o preço, se é alto ou baixo e se dá lucro ou não. Isto é uma relação entre o lojista e o consumidor final. O problema na relação entre especializado e distribuidor é, em primeiro lugar onde seus produtos estão sendo vendidos, se é por gente qualificado ou aventureiros e principalmente porque alguém tem que impor o preço máximo cobrado por um produto? Divulguem o custo só para suas revendas e que cada um aplique a margem que quiser. Se alguém está cobrando 2000 Reais por um produto e outro cobrando 1000, o consumidor vai desconfiar e o de 1000 que tenha talento apra convencer o cliente que é tão bom quanto o de 2000 e o de 2000 que justifique porque o dele é ais caro. Agora se todos cobram 1500 e apenas um cobra 2000, este vai ficar com fama de ladrão, mesmo que tenha um investimento grande em showroom e pessoal especializado.

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Orlando Barrozo

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