Segundo estudo da Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), o déficit atingirá este ano a casa de 92 mil vagas não preenchidas, o que significa 30% a mais do que em 2010. Ou seja, a carência de profissionais está aumentando. Empresas como a multinacional HP são citadas entre as que dispõem de muitas vagas (no caso, exatamente 550) e não encontra candidatos. Além do efeito colateral de inflacionar os salários (o que pode até ter seu lado bom), este é um problema que, no médio prazo, colocará o país numa encruzilhada. Sem funcionários capacitados, como uma empresa sobrevive? Ainda que algumas concordem em pagar mais, outras certamente ficarão para trás. Ontem mesmo, soube através de um amigo que uma empresa do Rio de Janeiro acaba de contratar engenheiros canadenses, diante da falta de equivalentes brasileiros!
Esse é mais um gargalo na economia de um país que pretende equiparar-se às grandes potências mundiais. Culpados? Além dos governantes atuais, podemos incluir todos aqueles que, nos últimos 30 ou 40 anos, contribuíram para demolir o sistema educacional brasileiro, transformando-o numa espécie de “shopping-center escolar”, um trágico me-engana-que-eu-gosto. Como sabe qualquer educador, não há MBA que corrija os efeitos maléficos de um mau ensino básico.
Eis aí um drama que irá pesar sobre pelo menos as três ou quatro próximas gerações de brasileiros, independentemente de sua classe social.
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