A questão é que a pandemia não perdoou nenhum segmento de atividade – OK, ajudou os provedores de streaming, mas não muito mais do que isso. Para conter a disseminação do vírus na gigantesca população chinesa, o governo local obrigou as indústrias a reduzir seu ritmo de atividade, o que vem afetando o fornecimento de componentes diversos. Enquanto aumentava a demanda por laptops para o home office, por exemplo, muitos fabricantes começaram a ter problemas nas entregas.
Duas semanas atrás, numa sequência preocupante, as principais montadoras internacionais começaram a enviar relatórios a seus acionistas alertando que a produção seria cada vez mais afetada. Muitas decidiram dar férias coletivas (neste link, a situação no Brasil). Fabricantes de chips como Qualcomm e AMD também informaram oficialmente sobre o problema, a ponto de o presidente Joe Biden assinar decreto com incentivos à produção nos EUA. E no Japão, a Sony teve de retardar as entregas do PlayStation 5, seu principal lançamento do ano.
Curioso é que tudo isso está acontecendo num contexto de mudança tecnológica cujo foco está nos gadgets – dispositivos de pequeno porte que trazem potentes processadores embutidos. Segundo a CTA (Consumer Technology Association), o ano de 2020 foi o melhor da história nesse segmento, que inclui smartphones, fones de ouvido, consoles de videogame e todo tipo de acessório smart. A previsão é que 2021 mantenha a tendência. O problema é se os fabricantes conseguirão entregar os chips. Sem eles, nada feito.
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