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Audiência das TVs e ascensão do streaming

Já comentamos aqui algumas vezes, mas agora parece que está aumentando o clima de tensão entre as emissoras de TV e os canais pagos diante do crescimento exponencial dos serviços de streaming. Como reagir? Os últimos dados da Anatel confirmam a perda de assinantes nas operadoras, que tentam compensar com novos serviços digitais envolvendo maior oferta de banda larga – esta uma commodity fundamental hoje em dia.

Os dados mais recentes mostram que a audiência das redes abertas não para de cair. Com exceção de eventos esparsos como transmissões de futebol ao vivo (em jogos decisivos, como os mata-mata da Libertadores) e agora da CPI da Covid, a média de público sintonizado nos canais tradicionais se reduz a cada dia. Segundo o Kantar/Ibope, a Rede TV perdeu 30% de sua audiência entre janeiro e abril, seguindo tendência já registrada ao longo de 2020. Na Globo, a queda foi de 10%, e na Record, 8%.

Na TV paga, um terço da audiência evaporou entre maio de 2020 e abril 2021, enquanto o índice de aparelhos ligados diminuiu 10%. Mas, como lembra bem o blog Noticias da TV, do UOL, isso não significa que toda essa gente está migrando para o streaming. Há outras fontes de entretenimento competindo nesse jogo: videogames, YouTube e até mesmo o DVD, vejam só!

Interessante notar ainda que está se consolidando uma concentração na TV paga, em torno dos canais mantidos pela Globo (ex-Globosat). Seis dos dez mais assistidos pertencem ao grupo: Viva (líder disparado), Globo News, Multishow, SporTV, AXN e Megapix. Houve pequeno crescimento de CNN e Record News, confirmando o interesse maior do público pelo chamado hard news; e uma queda sensível do Cartoon Network, que já foi líder por muitos anos.

Pelo visto, as crianças se cansaram dos desenhos tradicionais e estão preferindo joguinhos de celular – o que, confesso, não sei se é bom ou ruim.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • As crianças assistem youtubers. Aqui em casa tem 3, só youtube. às vezes Netflix ou Disney.

  • Depois que troquei minha TV por uma de tecnologia OLED em fevereiro desse ano, de todos os canais que assistimos em casa, 90% é do YOUTUBE.

  • O conteúdo da TV paga já não tem justificado o alto valor cobrado aqui no Brasil. Eu mesmo tenho interesse por menos de cinco canais e todos eles só estão disponíveis nos pacotes mais caros. Logo, não assino e fico no streaming, onde posso escolher o que quiser e ver nos momentos que eu puder. TV aberta já era há muito tempo, só falta algumas pessoas mais "velha guarda" perceberem isto.

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