Sob o título “Invasão Bilionária”, a Folha de São Paulo traz hoje brilhante editorial sobre a BrOi, a nova operadora que está emergindo da fusão entre Oi e Brasil Telecom, com apoio do governo e financiamento do BNDES. Para quem quiser conferir, este é o link do texto. Permito-me reproduzir alguns trechos abaixo, que vão na mesma linha que defendo aqui, qual seja: é inadmíssível envolver dinheiro público numa transação privada, e que só pode beneficiar alguns grupos empresariais muito ligados ao governo.

Já comentei o escândalo em notas como “Mais Lenha na Fogueira da Oi/BrT” e “Para Onde Vão Nossos Bilhões? Mas é importante que a mídia, pelo menos aquela que ainda tem resquícios de independência, se manifeste contra mais este assalto oficial. Segundo o IDG Now, diversos advogados e órgãos de defesa do consumidor estão se manifestando contra o negócio. Mas não é só isso. A Folha compara os responsáveis pelo negócio aos invasores de terras, que agem sob a proteção governamental. Vejam o que diz o editorial:

“Invadidos em seus direitos podem se sentir os consumidores… Estarão expostos aos efeitos colaterais de uma decisão de gabinete, submetida à ação exclusiva de lobbies políticos e empresariais, que têm propensão genética a misturar-se na falta de luz”.

“O que o BNDES afirma tratar-se de uma consolidação de capital estratégica para o ´interesse nacional´beneficia basicamente duas empresas privadas. O segundo grupo de felizardos, mais difuso, vai se locupletar com as gordas comissões, explícitas ou implícitas, que o negócio vai movimentar. Nenhum tijolo será assentado com os R$ 2,6 bilhões de dinheiro público oferecido pelo banco estatal para viabilizar a aquisição”.

“Não haverá garantia de criação de um único posto de trabalho. Não existiriam meios de movimentar R$ 2,6 bilhões dessa carteira que gerassem mais empregos e investimentos produtivos, num país com carências gravíssimas na infra-estrutura e que precisa atrair setores industriais de ponta tecnológica?”

Assino embaixo. 

2 thoughts on “Interesse nacional invadido

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