Fusões e aquisições são quase que semanais no mundo da tecnologia. A mais recente – entre os grupos americanos Snap One e Resideo, anunciada nesta 2a feira – pode ter implicações para além das empresas envolvidas.

Avaliado em US$ 1,4 bilhão, o negócio nem é tão grande assim. Pode-se dizer que ambos são grupos de porte médio num mercado que, na América do Norte, é liderado por gigantes como Samsung, Schneider e ABB – sem mencionar as big techs.

A Resideo, que surgiu em 2018 num processo de divisão da Honeywell e hoje vale US$ 2,91 bilhões na Nasdaq, é focada em sistemas de energia e segurança residencial. O grupo é dono da ADI Global, uma das maiores distribuidoras de produtos nessa área, além dos chamados low-voltage, categoria que inclui baterias, itens de iluminação e acessórios para sinalização digital.

Já a Snap One atua em segmentos muito mais variados, sendo atualmente dona de marcas comercializadas no Brasil, como Control4 (automação), Episode (áudio distribuído) e Triad (caixas acústicas). Além disso, é uma distribuidora de marcas conhecidas como Denon, Lutron, Marantz, KEF e Yamaha para EUA e Canadá, além de alguns países latinoamericanos. Seu valor de mercado, segundo a Nasdaq, é de US$ 808 milhões – o US$ 1,4 bi pago agora pela Resideo incorpora as dívidas da Snap One.

A princípio, nada deve mudar para as marcas presentes no mercado brasileiro, que já têm distribuidores consolidados. Mas é curioso pensar como empresas focadas em nichos (no caso, segurança e energia) se expandem a ponto de comprar marcas com abrangência muito maior, e que antes eram suas fornecedoras.

O caso mais ilustrativo foi anunciado em fevereiro: a Walmart, maior varejista do planeta, adquiriu o controle da Vizio, fabricante californiana de TVs que até a pandemia vinha ameaçando a liderança das gigantes coreanas no mercado norte-americano.

Será isso uma tendência? Ou apenas pontos fora da curva?

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