Não são poucos os que acusam o Google de, entre outros delitos, estimular a pirataria. Afinal, a máquina de buscas localiza tudo e não tem como identificar se os endereços que aparecem a cada clique são legais ou ilegais. Aliás, mal tem condições de saber se o site indicado é, de fato, o que procuramos (o que vemos de lixo a cada busca é impressionante…) Mas o dinheiro sempre fala mais alto. Agora que tenta atrair os estúdios de cinema para sua futura loja digital, a Google Inc. descobriu como bloquear conteúdos não autorizados.

Na semana passada, a empresa anunciou um novo mecanismo de busca pelo qual os primeiros sites listados na tela do usuário serão apenas endereços que contenham material legal. Exemplo: se você digita o nome de uma música, os sites que oferecem o download não autorizado não irão aparecer nas primeiras páginas de resultados. O visitante será elegantemente direcionado a sites onde aquela canção possa ser comprada, e não baixada gratuitamente, a menos que o dono dos direitos autorize. Mais: toda vez que um detentor de direitos reclamar de um site ilegal, o Google promete retirá-lo da lista em no máximo 24 horas. E diz que fará o mesmo com empresas piratas que utilizam o sistema de links patrocinados.

Como? Só vendo para crer. Por que não se preocuparam com isso até hoje? O fato é que a Google Inc. sofreu um tranco no mês passado, quando as principais redes de televisão americanas proibiram o serviço GoogleTV de veicular seus conteúdos. Desde que decidiu competir de frente com a Apple (cuja loja iTunes só oferece conteúdo legal), o pessoal da Google está vendo que essa política de abraçar o mundo pode ser tentadora, mas tem também seus obstáculos. Hoje, por exemplo, surgiu a notícia de que vem aí o Google eBooks, para concorrer com a Amazon oferecendo milhares de livros gratuitos. Quem vai pagar a conta? Por enquanto, ninguém sabe.

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