Um dos setores mais rentáveis e sólidos da economia mundial é a chamada indústria do casamento. Vá somando: vestidos de noiva, ternos, gravatas e/ou smoking de noivo, decoração (para a igreja ou templo e para o salão de festas), listas de presentes, flores, comes & bebes, lua-de-mel. Dizem que até o preço do padre está inflacionado! Acrescente aí o custo de contratar alguém para organizar tudo. Como, apesar do aumento no número de separações, a quantidade de matrimônios (com as respectivas festas) continua crescendo, esse é um setor onde praticamente não se ouve a palavra “crise”.

Pesquisando outro dia numa banca paulistana, descobri que existem no Brasil quatro ou cinco revistas sobre o assunto – não sobre o casamento em si, mas as festas e seus preparativos. Imagino os noivos comprando e folheando todas elas, ansiosos por referências para organizarem o que julgam ser o dia mais importante de suas vidas.

Pois bem, sem essa de estraga-prazeres, lamento informar que, assim como o fax, o CD e o mico-leão dourado, as festas de casamento estão em vias de extinção. Bem, não exatamente. O que está prestes a sair de moda é a obrigatoriedade de promover grandes festas, para centenas de convidados, e naturalmente ter de cumprimentá-los um a um. A julgar por uma reportagem do The Wall Street Journal, hoje é muito mais in casar on line; ou, explicando melhor, transmitir a cerimônia ao vivo, pela internet, mandar beijinhos através de uma câmera e receber as felicitações via Skype. Quer coisa melhor para transformar seu “evento” num, digamos, sucesso de público?

I do streamNo último dia 6 de abril, uma empresa chamada I Do Stream foi contratada por um bombeiro que ia se casar, na pequena Breckenridge, Colorado. O rapaz, que conhece todo mundo na cidade, ficou encabulado de não poder convidar todos para seu grande dia. Solução: com apenas 25 pessoas testemunhando a cerimônia, ele conseguiu quase 100% da audiência online. A equipe da I Do Stream cuidou de todos os detalhes técnicos da transmissão e ainda criou para o feliz casal um website, de onde ambos trocaram cumprimentos com os “convidados virtuais”. Pagaram por isso apenas 200 dólares. Certamente muito menos do que gastariam numa festa de verdade. Não por acaso, o bombeiro e sua agora esposa (que aparecem na foto) disseram ter adorado a experiência.

Como a I Do Stream, diz o jornal, já existem nos EUA várias empresas oferecendo esse serviço, cujo custo varia conforme o número de pessoas com quem os noivos queiram compartilhar o momento. Só não se sabe se nesses casos a etiqueta admite que os presentes também sejam virtuais, tipo um “like” no Facebook ou uma mensagem de 140 caracteres no Twitter. Aí, talvez os casais prefiram deixar pra lá essa coisa de internet.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *