Durante o evento da Som Maior na semana passada, tive a oportunidade de conversar com David Nauber, vice-presidente da Classé Audio. Essa empresa canadense é reconhecida pelo primoroso design de seus produtos e por um refinamento sonoro inegável. David veio conhecer o belo show-room da Som Maior, em Joinville, e trouxe na bagagem o novíssimo processador SSP800, que só chega ao mercado norte-americano em julho.
O aparelho (foto) é realmente um primor. Segundo ele, trata-se do melhor processador que a Classé já produziu, com milhares de encomendas antes mesmo do lançamento oficial. Pude ouvi-lo extasiado. Toda a conexão é feita no domínio HDMI 1.3, e o processamento – em até 10 canais de áudio – obedece a um chip DSP de última geração da Texas Instruments; uma versão 2-chip deve ser lançada em 2009 (clique aqui para ver o vídeo que gravei com David).
Aproveitando o encontro perguntei ao executivo da Classé por que ainda não temos, nem mesmo no mercado americano, um player Blu-ray de padrão high-end. Há tempos discuto isso com gente da indústria e ainda não havia surgido uma resposta convincente. A explicação de David – ele mesmo admite – é complexa. Vou tentar resumir os pontos mais importantes:
1) O Blu-ray não foi um padrão desenvolvido para reprodução de música, mas de filmes, e está longe de ser referência em termos de áudio; especialmente se considerarmos o nível dos CD players atuais, de marcas como Classé, Krell, Meridian, McIntosh, Mark Levinson etc.
2) No ritmo atual da indústria de massa, o Blu-ray é (quase) um produto descartável. Sua durabilidade, em termos de mercado, não chega a um ano. Os bons players high-end são feitos para manterem alta performance durante muitos anos.
3) Para produzir um player Blu-ray com desempenho equivalente, esses fabricantes teriam que investir muito. E acham que não vale a pena: dificilmente um proprietário de CD player high-end iria trocá-lo por um Blu-ray. A solução mais sensata é manter o CD para ouvir música e apenas acrescentar ao sistema um Blu-ray para filmes.
4) A enorme quantidade de boas gravações musicais já lançadas em CD vai continuar existindo, independente da nova tecnologia. As gravadoras não irão fazer reedições em Blu-ray da obra de gênios como Miles Davis, Karajan ou do Led Zeppelin – apenas para citar três exemplos bem diferentes. Custaria muito caro e venderia pouquíssimas cópias.
Acho que isso elimina as dúvidas, certo? Tão cedo não teremos na praça um Blu-ray player das marcas citadas acima. Talvez nunca tenhamos. E nem precisamos.
A propósito, recomendo a leitura destes artigos (não são recentes, mas muito atuais):
Como vender sistemas high-end para as novas gerações?
Mídias digitais atraem fãs do áudio Hi-Fi
Afinal, o que é (mesmo) High-End?
Pois, é, pouca gente está sabendo sôbre a qualidade de audio dos DVDs players. Eu era um. Por acaso acavo de ler seu artigo acima. Amanhã estarei procurando por player Rotel, para saber o seu custo. É o que provavelmente caberá no meu “bolso”. Estou curioso para “ouvir” a diferença.
Abraços
Passarei a acompanhar as tuas materias sobre o assunto.
Adelino
Orlando, Gostei do texto. Muito sensatas as suas colocações sobre o Blu-Ray.
A propósito, sou o Eduardo que trabalha na Disac, como gerente comercial das lojas “Home Theater Center” e “Loja Bose” (Av. Europa e Shopping Cidade Jardim).
Este site que citei no cadastro (Audiorama) é o meu site particular, um hobby, nostálgico.
Quando tiver um tempinho visite-o para matar a saudade dos bons tempos do áudio modular das décadas de 70/80/90.
Um abraço,
Eduardo Colasuonno
Cel (11) 8165-1500