Embora nada tenha a ver com tecnologia, peço licença para falar de um assunto que me irrita – e deve irritar todo trabalhador honesto.
Enquanto em Brasilia arma-se a ressurreição da CPMF, é interessante ler coisas como o mais recente artigo do professor José Pastore, que escreve toda 3a. feira no Estadão. Desta vez, sob o apropriadíssimo título de “Peronismo à brasileira”, o mestre nos ensina como o Estado brasileiro está sendo tomado (literalmente, “de assalto”) por sindicalistas cujos objetivos passam bem longe do interesse real dos trabalhadores.
“No momento em que os sindicalistas se viram ´proprietários´ da máquina pública, substituíram a cruzada da negociação pela bandeira da regulação”, diz Pastore, citando vários exemplos. Esses espertinhos, que combatiam a legislação trabalhista, hoje lutam contra qualquer mudança na lei, pois é esta que os garante no poder. Como na Argentina, escândalos envolvem os sindicalistas brasileiros a toda hora, e eles se escondem nos porões de algum cargo público, que nós, trabalhadores, pagamos com as CPMFs da vida.
“Os ganhos da corrupção alimentam exclusivamente os protagonistas das entidades sindicais”, resume o prof. Pastore. E somos obrigados a concordar.
Seria bom que todos voltassem a assistir ao filme Sindicatos de Ladrões.
Não esqueçam que os que aprovaram formam a base de um governo que tem 70% de aprovação popular. Ou seja, eles fazem e na próxima eleição o povo assina embaixo. Antes de culpar os políticos, vamos culpar quem os cria: O brasileiro burro, oportunista, picareta e vagabundo. Ninguém tem coragem de dizer isto, pois é muito mais fácil culpar quem nos representa. Temos o governo que merecemos e eles estão fazendo o papel deles. Azar dos 30% que não se contenta com vale-esmola e fome zero.