Não, não estou maluco. A pergunta acima é feita pelos repórteres do Estadão na edição de hoje. O questionamento se deve à constatação de que o número de downloads de filmes só faz aumentar, enquanto as lojas de discos físicos (tanto para compra quanto para locação) não param de fechar suas portas. Mesmo admitindo que o Blu-ray tem qualidade superior, o jornal conclui que o custo ainda é muito alto. Na mesma linha da Veja semanas atrás, o raciocínio é de que poucos têm acesso a essa tecnologia. Como “todo mundo” tem acesso à internet, conclusâo: o Blu-ray está com seus dias contados.

Na verdade, a reportagem vai muito além disso. Há um levantamento detalhado sobre o mercado de filmes para consumo doméstico: DVD, Blu-ray, sites para download, sites de streaming… Há ainda uma tabela comparativa entre alguns Blu-ray players à venda no Brasil, tendo sempre como parâmetro o preço: o novo BD-S360, da Sony, que custa R$ 999, é o melhor (não há no texto qualquer referência a eventuais testes práticos que tenham sido feitos para chegar a essa conclusão). Como vem acontecendo seguidamente na imprensa, é mais um texto que afasta o consumidor do Blu-ray e incentiva a prática dos downloads. Certos trechos parecem mesmo “torcer” para que acabe logo essa mania de ter que ir buscar o filme na locadora, hábito definido como “do século passado”.

Bem, também já fui acusado aqui de “torcer contra o Blu-ray”, então acho que não posso falar muito… Mas encontrei na reportagem (que amanhã deve estar disponível no site do jornal) uma frase que, para mim, resume a situação: o Blu-ray não vai morrer, e talvez nem o DVD venha a desaparecer, como está aí o nosso velho vinil para provar. O surgimento de novas opções de entretenimento não significa necessariamente a morte de outras. Quem quiser baixar seus filmes na internet terá, com certeza, cada vez mais alternativas. Mas quem gosta de ir à locadora, olhar a capa do filme, trocar idéias com o atendente etc. etc. etc., vai continuar indo. Por mais que alguns torçam contra.

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