“Microsoft mata seu telefone móvel dois meses após o lançamento”, diz a manchete do The Wall Street Journal que deve ter caído como uma bomba na sede da empresa. O texto se refere ao Kin (foto), lançado nos EUA em maio com a proposta de ser “o smartphone dos jovens”. Nesta quarta-feira, a empresa comunicou oficialmente que não irá mais lançar o produto na Europa, como estava previsto, e que os estoques serão vendidos a baixo custo através da operadora americana Verizon.

Que eu me lembre, é a primeira vez que uma grande empresa de tecnologia toma decisão tão drástica. Tirar um produto de linha com 60 dias de existência? É preciso muita coragem, ou então é desespero puro. O WSJ pende mais para a segunda hipótese. Segundo o jornal, a MS não sabe mais o que fazer para entrar no segmento de smartphones. A empresa pretende investir num novo sistema operacional (mais um?) específico para fones móveis, provisoriamente chamado Windows Phone. Cabe então a pergunta: o que farão os usuários do Windows Mobile?

Pior do que a decisão em si é o que vem na seqüência. Ainda segundo o Journal, toda a equipe que trabalhou meses no projeto do Kin foi remanejada para outra área. Com exceção do chefe, J. Allard, que foi demitido juntamente com Robbie Bach, diretor da divisão de telefones móveis. Allard, por sinal, era um dos mais antigos funcionários da empresa, tendo trabalhado nos projetos do player portátil Zune e do videogame XBox 360. Não foi informado quanto a MS gastou com o lançamento do Kin, mas certamente não foi pouco. Só a campanha de publicidade na televisão americana, em horário nobre, deve ter consumido grande parte da verba. E, num momento em que a concorrência (leia-se: Google Android e Apple iPhone) está com a corda toda, uma derrota como essa pode pesar na imagem dos ex-comandados de Bill Gates.

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