Mais um endereço para você anotar com carinho: o blog do jornalista Daniel Castro, especializado nos bastidores da televisão brasileira. Castro comandou na Folha de São Paulo, durante anos, uma coluna que cansou de dar furos sobre o assunto. E, em seu blog, acaba de dar mais um: a Fundação Padre Anchieta, que dirige a TV Cultura-SP, prepara um plano de redução de custos que inclui a demissão de centenas de funcionários. Fala-se em cortar 1.400 dos atuais 1.800, o que a emissora desmente.

O presidente da Fundação, João Sayad, era secretário de Cultura e “decidiu” assumir o cargo com as bênçãos do então governador José Serra; já foi também secretário do Ministério da Fazenda, na época de Sarney, e co-autor do fatídico Plano Cruzado, nos anos 80; depois, foi secretário da ex-prefeita Marta Suplicy. Na época de sua escolha para dirigir a Fundação, demonstrou boas intenções. Mas agora parece mostrar sua verdadeira face. Soltou um comunicado dizendo que a Cultura é uma emissora que “perdeu qualidade, audiência, tornou-se cara e ineficiente”. OK, até aí nenhuma novidade, mas qual é o interesse em divulgar isso em nota oficial? Seria “queimar” os atuais funcionários para justificar futuras demissões? Se for, além de desrespeito, é uma tática administrativa fascista.

Que a Cultura não é mais a mesma, todo mundo sabe. Mas que tornou-se cara e ineficiente, é questionável. Caberia a um administrador competente resolver isso escolhendo pessoas preparadas, como se faz em qualquer empresa. Não espalhando terrorismo. Está na hora de se criar em São Paulo um movimento do tipo “Salvemos a TV Cultura”, um patrimônio da população. Que não pode ser confundido com patrimônio “do Estado”.

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