Durante a Futurecom, semanas atrás, o competente Eduardo Tude, da consultoria Teleco, apresentou estudo indicando que a atual infraestrutura de banda larga brasileira não tem condição de suportar a demanda gerada pela Copa de 2014. Evidentemente, Eduardo estava apenas fazendo uma constatação – que, de resto, não chega a ser novidade. Também não é daqueles apocalípticos, que vivem pregando o caos; ao contrário, trata-se de um dos maiores conhecedores do assunto no Brasil e de extremo bom senso em suas análises. Pelo que entendi, o objetivo foi apenas alertar as autoridades (in)competentes de que é preciso acelerar o passo.

Pois bem, na semana passada, o presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, reuniu jornalistas em São Paulo para afirmar, entre outras coisas, que não há qualquer problema com a banda larga brasileira. Reproduzo aqui suas palavras, publicadas pelo site Convergência Digital: “O Brasil fará a melhor Copa de todos os tempos na parte de telecom. O estado-da-arte da tecnologia estará disponível nos estádios e arredores”.

Falco explicou que a Oi, ao ser escolhida pela Fifa para montar a infraestrutura de telecom nas cidades que serão sedes da Copa, já começou a trabalhar, enviando técnicos para Alemanha, África do Sul e Londres, onde já está pronta a rede para as Olimpíadas de 2012.

Fico sempre com um pé atrás quando vejo alguém fazer esse tipo de promessa. Se a Oi mal pode garantir o que irá oferecer a seus assinantes na semana que vem, como arriscar uma previsão para daqui a quatro anos? Sei lá quais foram os critérios adotados pela Fifa para escolher essa operadora (tudo na Fifa é muito misterioso e suspeito…), mas isso nem chega a ser tão importante. O principal é garantir que as redes de banda larga funcionem para todo mundo, e não apenas para quem vai participar da Copa. E o quanto antes!

Mas este é o típico caso pay-per-view: só pagando para ver.

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