Pelo menos numa coisa a presidente Dilma Roussef parece ter acertado: o Ministério das Comunicações, que com Lula virou moeda de troca política, volta a ter poder. Não que isso, por si só, seja garantia de novos tempos. Mas só mesmo um político despreparado como Lula poderia ter deixado nas mãos de políticos um setor tão importante para o desenvolvimento do País. Dilma dá a entender que pretende corrigir a distorção.

Paulo Bernardo, o novo ministro, já admitiu que não é do ramo, e talvez esteja aí sua maior virtude: propõe-se a ouvir quem de direito, ou seja, empresas, usuários, centros de pesquisa – o que é, em última análise, o papel de um ministro. Helio Costa era do ramo, e deu no que deu… Pelo que se sabe, o Plano Nacional de Banda Larga é altíssima prioridade do novo governo, e tem de ser mesmo. Mas não dá para aceitar que a Telebrás, com todos os seus problemas internos (incluindo enormes dívidas e ações judiciais), fique com a incumbência exclusiva de ditar a política no setor, determinando o que as outras empresas devem fazer.

Falta agora (re)definir o papel da Anatel, simplesmente massacrada nos últimos oito anos, com esvaziamento financeiro e loteamento de cargos políticos. Se conseguirem fazer com que a Agência volte a fiscalizar, como é sua obrigação, Dilma e Bernardo já terão prestado um grande serviço ao País.

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