Sei que muitos leitores não gostam da Globo, algo que respeito (e até compartilho, em tempos de Big Brother). Mas não dá para negar que é a maior produtora de conteúdo brasileiro de qualidade, e provavelmente a única que tem condições de criar um novo modelo de negócio para explorar as novas mídias. E está se mexendo. Com a criação de uma divisão digital, a Globo Marcas – que cuida da distribuição dos conteúdos do grupo – começa agora a comercializar programas e séries de seu acervo para download. Digam o que quiserem, mas este é o caminho. Se a Globo decidir, mesmo, trabalhar sobre seus preciosos arquivos, corremos até o risco de que as novas gerações esqueçam seu brothers, zorras e caldeirões.

Vejam só: já estão liberadas para compra por download as séries “Malu Mulher”, “Os Normais”, “A Grande Familia”, “Comédias da Vida Privada”, “Armação Ilimitada” e “Ciranda Cirandinha”. Outras devem vir na sequencia, dependendo de negociações sobre direitos autorais. Mas imagine poder baixar e (re)assistir, com boa qualidade de imagem, coisas como “Anos Dourados”, “Morte e Vida Severina”, “Chiquinha Gonzaga”, “JK”, “Anarquistas Graças a Deus” e “Grande Sertão: Veredas”. Ou talvez – como é comum nos EUA e na Inglaterra – uma seleção jornalística dos melhores “Globo Repórter”. Ou até dos humorísticos “Viva o Gordo”, “Chico Anysio Show” e do recém-findo “Casseta & Planeta”.

Bem, material não falta (mais detalhes aqui). Temos aí um belíssimo pedaço da História do Brasil, que vale a pena ver, rever e mostrar aos nossos filhos. Até porque, hoje, o lixo que eles assistem não merece nem um replay.

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