Em dezembro passado, quando finalizei a pesquisa para meu livro “Os Visionários“, lançado em abril, as estatísticas oficiais indicavam que a rede Facebook estava registrando cerca de 600 milhões de usuários em todo o mundo. Agora, a empresa de pesquisas Social Bakers acaba de divulgar: o número de “amigos” ultrapassou em maio a casa dos 700 milhões. A se confiar nesses dados, em apenas quatro meses aproximadamente 100 milhões de terráqueos se plugaram à rede.

O Brasil lidera o ranking de novos usuários, tendo registrado nada menos do que 1.949.700 apenas no mês de maio, o que equivale a um crescimento absurdo de 11,37% (o segundo país nessa lista é a Indonésia, com crescimento de apenas 4,15%). Vêm a seguir Filipinas, México e Argentina, todos com mais de 1 milhão de novos facebookianos no mês recém-encerrado. Como em quase tudo que se relaciona ao Facebook, e às redes sociais em geral, não há explicação técnica para o fenômeno. Ao coletar dados para o livro, descobri que, embora as ferramentas de, digamos, aliciamento inventadas por Zuckerberg e sua turma sejam geniais, nem isso explica o fascínio que o site exerce sobre tanta gente.

O que leva alguém a ficar horas trocando mensagens absolutamente triviais pelo computador? Por que um ser humano se dispõe a exibir a tanta gente imagens às vezes íntimas, que provavelmente não exibiria numa conversa presencial? Qual é esse estranho prazer de compartilhar informações como “estou indo ao médico”, ou “quero ir ao cinema hoje”? Os brasileiros parecem ainda não ter descoberto exatamente o que fazer numa rede como essa. Já são mais de 19 milhões de tupiniquins cadastrados no FB, além de outros 32 milhões que já visitaram o Orkut, seu maior concorrente. Ou seja, mais de 50 milhões de pessoas para quem as redes são pouco mais que um mero passatempo, substituindo o velho hábito de “jogar conversar fora” nos botequins da vida…

Ainda está para ser escrita uma análise detalhada do comportamento dos povos de cada país nas redes. Mas não deixa de ser intrigante que, enquanto franceses, espanhóis, ingleses, colombianos, líbios, egípcios e iranianos usam o Facebook para lutar por melhorias em seus países, como temos visto nos últimos meses, os brasileiros apenas se divertem. Como se tudo aqui estivesse ótimo.

Enquanto isso, em Brasilia…

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