Em sua coluna no jornal O Globo, o competentíssimo Pedro Doria analisava ontem a notícia de que a Google Inc. pretende cobrar pelo uso do Google Maps, uma de suas ferramentas mais uteis e originais. A ideia seria liberar até 2.500 acessos diários; a partir daí, o usuário teria que pagar. Com razão, Doria liga o projeto à antiga postura da Microsoft nos anos 90, quando o Windows se tornou o sistema operacional mais usado no mundo. Na época, a empresa de Bill Gates pressionou os fabricantes a embutirem o Windows em seus computadores, sufocando os outros sistemas. O que lhe rendeu um bilionário processo na Justiça americana, sem falar na “queima” de imagem perante o mercado em geral.

Sim, o caso do Google é diferente. Até onde se sabe, a empresa não pretende impor nada, mesmo porque não é (ainda) fabricante de aparelhos – talvez seja em breve, depois de ter adquirido a Motorola, e essa é outra história. Mas, no fundo, o conceito é o mesmo: como tem um produto muito superior à concorrência, a Google quer agora deixar de fornecê-lo de graça. A meu ver, está no seu direito. Só que o mundo dá voltas, e o mundo da tecnologia dá voltas muito mais rápidas. Este vídeo, por exemplo, mostra o protótipo do que pode vir a ser o “iMaps” (o nome é apenas ilustrativo), ou seja, um mecanismo visual de buscas para produtos Apple. A empresa da maçã comprou a sueca C3 Technologies, que criou o software para rodar mapas 3D (como este acima) em velocidade mais rápida que a do Google Maps. Vamos ver se emplaca.

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