O comentário que fiz aqui semana passada sobre os sites de compras coletivas repercutiu bastante – prova de que muita gente está atenta a eventuais maracutaias no setor. Mas não custa reforçar os sinais de alerta, especialmente nesta época de compras. Como se sabe, o comércio eletrônico está em franca expansão, não só no Brasil, e realmente oferece inúmeras vantagens ao consumidor. Curioso é que, até uns dois ou três anos atrás, ainda se ouviam comentários do tipo “brasileiro não confia em comprar pela internet”. Era muito citado o medo de ter seu cartão de crédito clonado. Hoje, parece que as pessoas deixaram de lado essas preocupações (que são mais do que relevantes).
De qualquer forma, é bom saber que o próprio setor está tratando de prevenir os abusos. Nesta semana, a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (e-Net) anunciou que está preparando um código de auto-regulamentação para as empresas de compras coletivas. A Câmara possui um Comitê de Compras Coletivas, que pelo visto está de olho no problema. O mau funcionamento do sistema pode prejudicar todo o segmento de e-commerce. Na verdade, uma das causas de irregularidades é justamente o grau de concentração: três delas (ClickOn, Groupon e Peixe Urbano) detêm nada menos do que 85% do volume total de negócios em compras coletivas, embora haja cerca de 1.200 sites desse tipo em funcionamento, segundo a Câmara. “Se não houver limites para o que pode ser feito, podemos cair numa crise de confiança irreversível”, diz, coberto de razão, o assessor jurídico da ClickOn, Tiago Camargo.
Enquanto o tal código não fica pronto, convém todos que pretendem fazer compras online redobrarem os cuidados. Uma boa providência é dar uma lida no excelente guia preparado pela equipe do site IDG Now, com dicas muito uteis sobre as práticas mais comuns nesse setor, inclusive as compras coletivas, que muitos espertinhos acabam adotando na ânsia de ganhar alguns trocados – até descobrirem que foram ludibriados.
Enfim, boas compras, mas consumam com moderação.
