Ainda não saiu o balanço oficial da CES 2012, mas já se sabe que foi a maior de todos os tempos, tanto em número de visitantes (mais de 153 mil) quanto de expositores (mais de 3.100). É o que divulga a CEA (Consumer Electronics Association), organizadora do evento, garantindo que boa parte do espaço para 2013 já está vendida. Não duvido. Embora o gigantismo não seja necessariamente uma vantagem – muitos estandes acabam não sendo vistos, nem devidamente divulgados -, é inegavel que continua sendo o evento mais importante do setor, completando 45 anos de existência.

A meu ver, o anuncio da Microsoft de que não mais participará da CES em nada muda essa realidade. Ao contrario, pode acabar sendo pior para a empresa, que nos últimos anos vem oscilando entre grandes sucessos (como o Kinect) e grandes fracassos (Windows Vista, Windows Mobile, Zune…). A decisão causou impacto porque há anos Bill Gates havia abraçado a CES, investindo muito dinheiro no evento e transformando-o em palco para seus famosos keynotes, os discursos de abertura que provocavam quilométricas filas. Era uma belíssima estrategia de marketing pessoal: as palavras de Gates repicavam pela midia internacional, amplificadas por blogs e sites que tentavam decifrar até as entrelinhas. Com a aposentadoria de Gates, e assumindo seu lugar uma pessoa antipática como Steve Ballmer, o keynote perdeu o charme – embora seja justo reconhecer que o proprio Gates vinha se repetindo exaustivamente nas últimas aparições.

Ballmer deve ter suas razões para sair da CES, e uma delas com certeza é sua infindavel disputa com os acionistas da Microsoft, alguns dos quais já pediram sua cabeça em público. Não participando, ele pode até argumentar que está fazendo economia para a empresa. Mas é uma decisão que pode perfeitamente ser revertida ao longo do ano.

Voltando à CES, mais importante do que os números foi a relevância de alguns produtos exibidos. Pode-se citar, por exemplo, os TVs OLED Samsung e LG, que podem ser lançados já este ano; as várias demonstrações de displays 4K, sem dúvida o futuro da televisão; o aperfeiçoamento das projeções em 3D, inclusive sem óculos; a consolidação da convergência digital, com os conteúdos sendo compartilhados em diversos dispositivos ao mesmo tempo (fenômeno que os especialistas chamam de “segunda tela”); o surgimento dos ultrabooks, resposta da industria à supremacia da Apple; e adesão maciça da industria automobilística ao uso da tecnologia para melhorar o conforto e a segurança nos carros (varias delas participaram do evento).

Neste artigo, analiso um pouco mais a fundo a importância dessa edição da CES, num momento em que o mercado está mesmo precisando se renovar. E, nunca é demais lembrar, vale a pena conferir os diversos conteúdos do hot site que produzimos a partir de Las Vegas.

 

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