Em meio a tantas notícias ruins sobre educação (esta é uma das mais recentes), uma saudável novidade vem de Marilia (SP): alunos da Unesp montaram uma equipe para colaborar com a Wikipedia e corrigir (ou adicionar) verbetes na versão em português. Segundo o site Convergência Digital, é a primeira universidade brasileira a firmar convênio com a Fundação Wikimedia, que administra a enciclopédia virtual, seguindo o exemplo de mais de 50 universidades americanas, e várias em outros países. A Unirio (Universidade Federal do Rio de Janeiro) foi a segunda a participar, e a USP deve entrar este ano.

Como se sabe, a Wikipedia – cuja história é contada em detalhes em meu livro “Os Visionários – Homens que Mudaram o Mundo através da Tecnologia” – surgiu muito antes do Google, como uma inestimável fonte de pesquisas sobre inúmeros assuntos. Mas, sem admitir publicidade, acabou envolvida em contínuas crises financeiras, vivendo hoje de contribuições espontâneas (seu fundador, Jimmy Wales, vive viajando pelo mundo em busca de ajuda). Um dos problemas do site é a confiabilidade dos dados publicados: como qualquer pessoa, teoricamente, pode contribuir, muita informação errada, ou propositadamente falsa, foi colocada ali. Hoje, um grupo de editores faz o filtro, mas como remunerá-los decentemente?

Convênios com universidades e centros de pesquisa podem ser uma saída. Às escolas, interessa esse tipo de parceria. Como se faz habitualmente nos EUA, a Unesp criou um sistema de créditos que é vinculado a colaborações na Wikipedia, obrigando os alunos a se aprofundarem no estudo dos assuntos. Não deixa de ser uma forma inovadora de aprendizado. E que, por isso mesmo, precisa ser aplaudida e incentivada.

Quem quiser saber melhor como funciona essa colaboração pode clicar aqui.

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