O avanço da ciência e da tecnologia é tão rápido que certas notícias nos surpreendem a ponto de ser difícil acreditar. Todo dia tropeçamos em alguma nova descoberta (ou “invenção”) que parecia impossível; esta última palavra, aliás, está cada vez mais em desuso. Segundo uma fonte acima de qualquer suspeita (o site da BBC), cientistas da Universidade de Tóquio conseguiram produzir um display de vídeo 3D a partir de bolhas de sabão!!!

Bem, não é tão simples assim. O chefe do projeto, Yoichi Ochiai, escreveu em seu blog que a equipe desenvolveu um display usando a mistura de dois líquidos coloidais, algo que, numa definição leiga, seria semelhante a um gel. Ochiai descreve sua tela como “ultrafina e flexível, do tipo BRDF (‘função de distribuição bidirecional dos reflexos luminosos’, numa tradução livre), a função tetradimensional que define como a luz é refletida numa superfície opaca”. Difícil de entender? Pois é, o trabalho tem mesmo conotações de algo revolucionário.

Continuando com a explicação do pesquisador japonês: “Já se sabe que a superfície da bolha de sabão é uma micromembrana. Permite a passagem da luz e a exibição de cores em sua estrutura”. Seria, portanto, a tela mais fina que existe. No experimento, chegou-se a um display em que tanto a transparência quanto o grau de reflexões podem ser controlados através de ondas de ultrassom produzidas por alto-falantes. As ondas alteram a textura da imagem projetada, e a transparência da imagem se modifica conforme a frequência das ondas. “A combinação de ondas ultrassônicas e membranas ultrafinas torna as imagens mais vivas e realistas”, diz Ochiai. “Esse sistema pode abrir um novo campo para a engenharia de displays”.

Será exagero? Ochiai e o site da BBC garantem que não. E vão além: as bolhas formadas pela tal mistura coloidal não estouram tão facilmente quanto aquelas que nossas crianças gostam de assoprar; pode-se até atravessá-las com determinados objetos. E quando se juntam várias delas é possível até projetar imagens tridimensionais e/ou holográficas (vejam aqui um texto em português e um vídeo com explicações mais detalhadas).

 

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