“Quero transformar nossa empresa num lugar onde mais pessoas qualificadas queiram trabalhar. Temos que criar um ambiente para que os funcionários realizem seus sonhos através de novas ideias, que sejam compartilhadas livremente. Vou mostrar como se faz.”

Não, não é um candidato fazendo discurso. Muito menos um desses políticos que se julgam acima do bem e do mal e querem sempre ser obedecidos. As palavras acima foram ditas, na última quinta-feira, por Kwon Oh-hyun (foto), CEO da Samsung Electronics, num encontro com executivos e funcionários para comemorar os 43 anos de fundação da empresa. Pode parecer pretensioso, mas Kwon até que foi humilde ao falar sobre as dificuldades do mercado em 2013 e a necessidade de crescer. “Quem fica satisfeito com aquilo que já conseguiu acaba caindo”, comentou, segundo relato do jornal The Korea Times. “Para ter um futuro brilhante, a Samsung não deve parar de buscar novas fontes de receita.”

Fundada em 1969, a Samsung tem uma trajetória que impressiona os especialistas, principalmente pelo que conseguiu nas últimas duas décadas. Ainda segundo o jornal, começou com 30 empregados, faturando US$ 34 mil e obtendo prejuízo de US$ 6 mil ao final daquele ano; em 1988, com a expansão de sua divisão de semicondutores, chegou a 40 mil funcionários, vendas totais de US$ 2,5 bilhões e lucro operacional de US$ 160 milhões; em 2011, tornou-se líder mundial nos segmentos de TV e celular (além de semicondutores e displays), atingindo a marca de US$ 144 bilhões em vendas e US$ 16 bilhões de lucro.

Apesar desses números, o chefe não se mostra satisfeito. “Precisamos nos tornar criadores de mercado, e não apenas seguidores”, disse ele, antevendo que a economia mundial terá mais um ano difícil em 2013 e que a guerra entre a Apple e os fabricantes chineses de smartphones fará os preços (e os lucros) caírem. “A indústria eletrônica está numa encruzilhada, e essa é uma situação que a Samsung jamais experimentou.”

Sua fala foi encerrada com uma frase curta, porém cheia de significado: “No evolution means no future.” O que, traduzido em português atual, seria algo como: “Quem fica parado é poste.” Ou quase isso.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *