Saiu esta semana nos EUA uma edição especial da revista Consumer Reports sobre TVs 4K. Jim Wilcox, editor de tecnologia, compara diversas marcas e aponta suas preferidas, com uma ressalva: para a maioria das pessoas, é quase imperceptível a diferença entre esses aparelhos e seus correspondentes 2K (Full-HD).
Estranho? Também achei. Mas, como em quase tudo na vida, não se deve aceitar uma “sentença” como essa sem considerar algumas variáveis. Primeiro, a posição histórica da Consumer Reports, uma publicação que existe há quase 80 anos – foi fundada em 1936 pela primeira associação de defesa do consumidor do mundo – e é respeitada por sua independência. Suas equipes analisam todo tipo de produto e publicam avaliações que milhões de pessoas tomam como “verdade absoluta”. A revista, que não aceita publicidade (apenas em seu site), possui atualmente cerca de 7,3 milhões de assinantes (auditados) e reserva US$ 1,2 milhão por ano para seus testes (os produtos são comprados no mercado e os fabricantes só ficam sabendo depois da publicação. Alguns deles já foram à Justiça alegando erros nas avaliações de seus produtos, mas a revista nunca perdeu uma ação dessas.
Um dos motivos de tamanha credibilidade está no fato de que a Consumer Reports SEMPRE defende o ponto de vista do consumidor, especialmente em questões relacionadas a custos. Não é estranho, portanto, que considere não haver “muita diferença” entre um TV UHD e um Full-HD, embora tenha divulgado em seu site o gráfico abaixo, que confirma a enorme diferença (notem o tamanho dos pixels que formam a imagem). Levando em conta que, no mercado americano, um TV 4K básico custa por volta de US$ 2 mil, a CR recomenda um Full-HD de US$ 1.300. É um critério: uma economia de 700 dólares pode ser bem-vinda.
Wilcox concorda com um comentário já feito aqui, de que a principal diferença entre os TVs 4K que foram comparados está na função upconversion: como existe pouca oferta de conteúdo em 4K, quem compra um TV desse tipo hoje vai assistir a conteúdos Full-HD convertidos via software, o que é bem diferente das imagens originalmente gravadas em UHD. Assim, o TV que tenha o melhor circuito de upconversion é o mais recomendado.
No mais, a opção por um UHD, sem dúvida mais avançado, e outro que simplesmente é incapaz de reproduzir esse tipo de imagem depende, claro, dos hábitos e condições financeiras do usuário. “Para a maioria das pessoas, Full-HD já está ótimo”, diz Wilcox. “Mas, se o meu TV quebrasse hoje, eu compraria um 4K”.
Para quem ainda não viu, sugiro dar uma olhada nos três testes que fizemos até agora com TVs 4K, das marcas Samsung, Sony e LG. Acabamos de testar também o novo top de linha da LG, de 79″, com conversor HEVC, que sai em setembro (a avaliação será publicada em breve no hometheater.com.br) E, neste artigo, um resumo das diferenças entre UHD e Full-HD.