sharpConfirmada a aquisição da Sharp Corporation pela taiwanesa Foxconn (aquela mesma que produz iPhones e iPads para a Apple), executivos da indústria começam a se perguntar o que vem por aí.

Apenas atualizando: os dois grupos negociavam há pelo menos dois anos, e o acordo só não havia saído ainda pela influência do governo japonês. Fizeram de tudo para evitar a venda a um outro país, ainda mais sendo a China, rival histórica em diversos conflitos regionais. Mas, no final, a única forma de evitar seria o próprio governo colocar dinheiro na Sharp, o que foi descartado. E o Foxconn acabou levando, aliás pagando menos (US$ 3,5 bilhões) do que sua oferta inicial (US$ 6 bi), por 66% das ações.

Vale acrescentar que o negócio envolve toda a Sharp Corporation, que é (ainda) a maior fabricante mundial de displays LCD e, no Japão, tem forte presença nos segmentos de linha branca, celular e painéis solares. Com tantos prejuízos nos últimos anos (mais de US$ 10 bilhões, segundo os balanços oficiais), continua sendo uma potência. Os taiwaneses estão comprando nada menos do que 103 anos de história tecnológica.

Terry Gou, CEO do Foxconn, anunciou no sábado que pretende manter a marca Sharp e investir na sua expansão internacional. A maior parte da diretoria será substituída até junho. Será dada prioridade ao desenvolvimento de displays OLED para TVs, smartphones e tablets, tecnologia na qual a Sharp possui uma série de patentes mas – por falta de dinheiro – não vinha conseguindo utilizá-las.

Pode estar nascendo assim um novo gigante.

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