Interessante um artigo publicado no site da Aureside (vejam aqui) sobre as duas décadas de evolução do mercado de automação residencial no Brasil. Lembro-me que, na revista HOME THEATER, publicamos o primeiro texto a respeito em abril de 1998. Falávamos então sobre controles remotos capazes de ir além do TV – um dos mais famosos foi o Philips Pronto (foto); dimmers de parede que acionavam as luzes de vários ambientes; e a chegada ao Brasil de marcas como Crestron, Lutron e AMX, líderes no mercado americano.
O artigo da Aureside faz uma retrospectiva desses vinte anos, citando até curiosidades como o jargão “casa dos Jetsons”, que alguma publicação da época inventou para se referir aos projetos de automação. Até hoje encontro pessoas que citam essa analogia – aliás, detestada pelos profissionais, pois passa uma falsa ideia de algo ficcional, inalcançável aos pobres mortais. Inúmeras reportagens já publicadas na imprensa foram ilustradas com a famosa foto da “banheira automatizada”, deixando em segundo plano os benefícios mais concretos da automação.
Enquanto aqui o maior problema para a expansão desse mercado é o desconhecimento (tanto dos usuários quanto de muitos profissionais) – embora o quadro hoje seja infinitamente melhor que o do final dos anos 90 – nos EUA, país onde a automação praticamente foi inventada, o problema é de outra ordem. Por lá, surgiu uma infinidade de soluções DIY (“faça você mesmo”, na sigla em inglês) que acabam competindo com as grandes marcas especializadas. E, não por acaso, aumentou a confusão entre siglas, formatos e protocolos.
O tema foi bem explorado recentemente pela jornalista Julie Jacobson, do site CE Pro, que detalhou exemplos de produtos que oferecem basicamente os mesmos recursos mas não se comunicam entre si (ou, pelo menos, isso não é transparente para o usuário). Os fabricantes, em geral, não fazem muito esforço para explicar. E ela cita perguntas que são comuns a quem pensa ter em casa um sistema de automação: posso ligar na rede Wi-Fi da minha casa? O sistema se atualiza sozinho? Posso usá-lo enquanto faz o update, ou tenho que desligar tudo? E os módulos que funcionam com bateria, tenho que trocá-las periodicamente?
Consolo, para os integradores especialistas: quem tiver essas respostas encontrará um belo mercado para trabalhar. Tanto lá quanto aqui.