Como se esperava, na semana passada a Comissão de Energia da Califórnia (CEC) confirmou que o estado irá aumentar as restrições à venda de televisores. A partir de janeiro de 2011, só poderão ser comercializados aparelhos que respeitem as novas normas de consumo de energia definidas pela Comissão. Para horror de muitos americanos, que ainda acham que o próprio mercado deve resolver essas coisas, e que o governo não tem nada que interferir, a coisa por lá parece que é pra valer. O governador – um tal de Schwarzenegger – está batendo duro contra fabricantes e revendedores de TVs, alegando que seu estado está perdendo muito dinheiro com o consumo excessivo de energia.

Segundo a CEC, existem na Califórnia nada menos do que 35 milhões de televisores sendo usados. Ao lado de DVDs e DVRs, esses TVs seriam responsáveis por 10% de toda a eletricidade gasta numa casa, em média. Com o aumento de tamanho das telas e o aumento do número de TVs em cada residência, esse percentual tende a subir mais ainda. Pelos mesmos cálculos, os californianos já gastam anualmente 8,772 gigawatts/hora só com o hábito de ver televisão. Isso equivale a 40 mil aparelhos ligados cinco horas por dia durante um ano inteiro. Mais números: se todos esses TVs fossem hoje substituídos por modelos mais eficientes, a economia seria de 6,515GW/hora, energia suficiente para atender as necessidades de 864 mil famílias pequenas por ano.

Claro que os fabricantes não estão ouvindo tudo isso calados. A CEA (Consumer Electronics Association), a mesma que organiza a CES e representa mais de duas mil empresas, vem soltando comunicados praticamente todos os dias com críticas à CEC. “Esses números são irreais”, comentou Jason Oxman, vice-presidente da entidade. “Só posso acreditar que há algum interesse financeiro por trás dessas regras. E quem vai pagar a conta, no final, será o consumidor”. A CEA já conseguiu o apoio da CEDIA, que representa os lojistas e os instaladores, preocupados com o possível aumento nos preços dos televisores. Pelo visto, a briga vai longe. Para saber mais detalhes sobre o assunto, acesse este link; e leia também este post.

Bem, não sei se os tais números são falsos ou verdadeiros. Só acho meio estranho que alguém consiga calcular o consumo médio de cada televisor numa casa que tem vários… Mas fico pensando: lá, eles estão discutindo o assunto há meses, divulgando comunicados, criando sites, blogs e fóruns de discussão. Pode ser até que o plano seja cancelado, mas com certeza servirá para as pessoas discutirem o tema economia de energia e tirarem dúvidas a respeito. Aqui, estamos na iminência de ver implantada a tal mudança dos conectores elétricos sem que as nossas autoridades (in)competentes tenham divulgado uma só linha de esclarecimento. Por que será?

3 thoughts on “Polêmica: o consumo dos TVs

  1. É nobre falar sobre segastar menos energia. Mas, mais uma vez terei de raciocinar que o efetio desejado (ou seja economia) nessa caso das tvs no EUA e no resto do mundo só se tornariam realidade se todos, ou pelo menos, a maioria mudasse de tv.
    Mas, sabendo-se que o fabricante não perderá tempo em incorporar à sua campanha o mote de que seu tv é mais caro porque gasta menos, quem é que vai pagar a conta no final?
    Ou seja, pra eu ser ecologicamente correto aos olhos da mídia, governo, vizinho ou quem quer que seja, “eu” (tanto faz eu como qualquer cidadão do mundo) tenho que meter a mão no bolso, de novo, e comprar um aparelho? Entendo que isso valerá mais pra quem ainda vai adquirir um tv, mas não deixa de ser mais um papo de enganar trouxa, pois se esse povo todo que gasta os 8,772 gigawatts não trocar de tv não vai adiantar nada.
    Aliás é tanta bobagem que às vezes eu, com 32 anos acabo sendo mais chato que um velho ranzinza.
    Ao abrir o site do globo.com agora à tarde, me deprei com um link, acompanhado de uma foto, dizendo que pessoas no Rio Grande do Sul organizaram uma passeata a favor do “bronzeamento artificial”. Mas não é nesse mesmo estado que estamos acompanhando chuvas e várias calamidades, com pessoas sem casa e sem energia?
    Outra idiotice, mediocridade, burrice e etc…, foi aquele assunto da aluna da Uniban. No final das contas,fica claro que se a opinião pública for manipulada (e parece que sempre é) pela mídia e o assunto se espalhar como praga, o errado é facilmente trocado pelo certo. Se você não pode trafegar com certo tipo de roupa num local, não pode, acabou. E se a instituição viu motivos pra que devesse expulsá-la, o fez.
    Ser livre não significa que você faz o que quer aonde quer, por causa de um respaldo de lei que lhe confere liberdade. O raciocínio é simples: se somos tão cheios de direitos e liberades, por que não andamos nus nas ruas e estabelecimentos? Por que, quando temos dor de barriga, vamos ao banheiro aos invés de fazer na rua?
    É óbvio também que o ninguém pode fumar baseado e fazer trotes pesados na faculade, mas muita gente faz. Uns são pegos outros não não, mas o que importa é que tem coisa que não pode e pronto. Toda sociedade precisa de limites, quer em coisas grandes ou pequenas. O problema é que vivemos numa sociedade de mensalão, gato net, milícia, gato luz e etc… Notem que eu citei uma lista de coisas erradas (coisas que “não podem”), mas acreditem, tem gente que defende algumas delas e cria até justificativas, tais como:

    1 – tv por assinatura (legal) é muito caro, por isso eu faço o gato net mesmo!

    2 – a luz lá em casa agora está vindo baixinha e eu botei até um ar condicionado. Pedi um colega que fizesse um “gato” pra mim

    Ué, mas essa não é a mesma gente estúpida que fala mal de milícia ou se assusta quando vê repórter? Humm deve ser porque essa gente estúpida só considera crime, aquilo que você pratica com uma arma na mão. Deve ser o mesmo tipo de gente que acha errado uma instituição tomar um tipo de decisão que vai de encontro ao pensamento do público que vive pendurado em tv e em formadores de opinião estúpidos de plantão.
    Ninguém quer ficar mal na fita e por isso diz que aceita e gosta até o que não aceita nem gosta diante de uma câmera de tv.

    Deus me livre!

  2. Interessante, mas aqui vai um fato curioso que pude constatar muitas vezes. Os hotéis e moteís da Califórnia mantém aparelhos de ar condicionado ligados nos quartos sem que hajam hospedes já alocados para os quartos. O conforto é óbvio: chegar de viagem e entrar em um quarto estupidamente refrigerado pode ser gostoso, mas haja energia elétrica para isso. No caso deles, um pouquinho mais de urânio e carvão vão embora com este luxo excessivo. E não estou falando de hotéis sofisticados: tal prática acontece em hotéis moderados e redes de motéis nos EUA com frequência. São milhares de quartos.

    O motivo, claro, é o custo da eletricidade. Muito mais baixo nos EUA, claro, um convite para gastar mais e mais.

    O sapo barbudo, como diria Brizola, poderia mandar uma comissão para ensinar o astro-governador a duplicar o valor das contas com impostos.

    Abs

    Julio Cohen

  3. Orlando, que país é esse?
    Podemos afirmar que o primeiro mundo, falta qualidade no uso da energia elétrica.
    O governo, a mídia e entidades precionam a sociedade a ir de encontro as novas tecnologia, com o objetivo de reduzir a conta do disperdício.
    Acrédito que tenhamos estudos de reciclagem, assim é o ciclo da renovação tecnologica.
    O governo quer reduzir a conta de energia nos lares, mais é preciso criar a conta do incentivo.
    Governo + Tecnologia = Sociedade.
    Pagamos a conta de energia, pagamos a conta da reciclagem e pagamos a conta do incentivo, assim é a sociedade.
    Abs. Dinaldo Campos

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