Assim como ocorreu nos EUA em 2008, as eleições presidenciais deste ano no Brasil prometem ser as primeiras da era digital. O site Comunique-se divulga que está praticamente certa a realização de um debate online entre os candidatos à Presidência, no dia 31 de agosto, transmitido ao vivo por quatro dos maiores portais do País: Terra, IG, MSN e Yahoo. Não sei por que o UOL, que é o maior deles, está de fora. Mas essa é outra conversa. Importante é que, pela primeira vez, teremos os candidatos debatendo sob os olhos de um público que não vai (ou não deve) estar preocupado só com a aparência de cada um ou com sua postura diante da câmera (embora esses itens também devam ser observados). E respondendo a questionamentos do público, não a assuntos genéricos filtrados por jornalistas que muitas vezes ali estão tentando aparecer mais que os candidatos.

Dizem os organizadores que a audiência dos quatro portais corresponde a 94% dos internautas brasileiros, o que não sei se é verdade. Mesmo que não seja tudo isso, acredito que a mobilização pode surpreender, até por ser nossa primeira vez. Certamente, armas como Twitter e as redes sociais serão usadas intensamente para divulgar a idéia e estimular a participação das pessoas. Torço para que enviem perguntas interessantes, que realmente coloquem em xeque o discurso decorado dos candidatos e suas contradições. Tem tudo para ser um grande marco da democracia brasileira.

1 thought on “Nossa primeira eleição online

  1. A iniciativa é louvável e é, sem dúvida, algo que ajuda a consolidar nossa jovem democracia. Porém me assusto com a falta de interesse das pessoas por política e, principalmente, pelos caminhos que a nação toma.

    Quando reparo a mobilização das pessoas para pintarem suas ruas e enfeitarem suas casa, fazendo multirões e vaquinhas, tenho que confiar um pouco menos na capacidade do povo em exigir e fiscalizar as reformas que precisamos. Enquanto dois ou três reclamam das enchentes, da iluminação pública ou da coleta de lixo, problemas intrínsecos de nossas cidades, milhares fazem algazarra e exigem a conquista… do título mundial de futebol.

    São assustadores os números que mostram como o brasileiro lê pouco e, pior ainda, não compreende o que lê. Arrisco dizer que a juventude passa boa parte do tempo usando redes sociais como Orkut e Facebook e comunicadores instantâneos. Não tiram proveito do acervo precioso que a Internet permite acesssr. Praticamente tudo que o ser humano conhece está disponível na rede, em vários graus de profundidade. Mas boa parte das conversas com jovens (e adultos também) mostra que a rede é muito mal utilizada.

    Vamos torcer para que o debate seja produtivo e que as pessoas compreendam e possam detectar as reais intenções dos candidatos. A incomoda propaganda eleitoral é elaborada com as melhores ferramentas de marketing, mas as intençoes são no mínimo questionáveis. Sobram os debates e a Internet livre e inteligente.

    A baixaria já começou. E, como esperava, estamos assistindo um vale-tudo pela perpetuação no poder. Quem nunca comeu melado, quando come se lambuza.

    Abs

    Julio Cohen

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