O último relatório PTS sobre o mercado de TV por assinatura, cujo resumo saiu no site PayTV News, confirma impressão que já obtive junto a outras fontes: esse é um dos segmentos emergentes da economia brasileira. Parece que o brasileiro finalmente descobriu as vantagens da TV paga. E, com a concorrência aumentando no setor, a tendência é que surjam mais atrativos para quem quiser ser assinante. Como já comentei aqui, a entrada de novas operadoras (Via Embratel, Oi, GVT, Intelig/TIM), todas capitalizadas, deve mesmo expandir esse mercado nos próximos anos.

Partindo do pressuposto de que as classes C e B2 já ocupam 30 milhões de domicílios no País, os pesquisadores calculam que até 2.015 o número de assinantes deve saltar dos atuais 8 milhões para 16,8 milhões; no cenário mais otimista, pode-se chegar a 20 milhões; e, numa perspectiva conservadora, serão no mínimo 10,8 milhões. A variação aí tem a ver com a própria evolução econômica do País, a implantação do Plano Nacional de Banda Larga e as novas outorgas prometidas pela Anatel para este ano.

Há dias conversei com Anthony Doyle, vice-presidente da Turner, uma das principais fornecedoras de conteúdo para a TV por assinatura em todo o mundo, e ele estimou em 500 mil o número atual de assinantes de canais HD, entre todas as operadoras. Previsão para o final deste ano: 1 milhão de assinantes. Ou seja, 100% de aumento em pouco mais de seis meses! Vendo o aumento da oferta de conteúdo HD no momento, conforme comentamos aqui outro dia, é fácil perceber como as coisas estão interligadas. “As pessoas estão começando a entender por que é importante ter TV por assinatura”, disse Doyle.

Não há como deixar de lhe dar razão. Até algum tempo atrás, a maioria dos assinantes usava a conexão simplesmente para ver os canais abertos, cuja qualidade de sinal é sofrível em algumas regiões. Hoje, esse quadro está se invertendo. Em vez de reclamar da quantidade de filmes antigos e/ou repetidos, o usuário parece perceber que essa, na verdade, é a essência da televisão paga: oferecer variedade de conteúdos e reprisá-los diversas vezes, para que o próprio telespectador decida quando e como assisti-los. Como me disse certa vez o dono de uma videolocadora: filme novo é aquele que você ainda não viu. Agora mesmo, a Globosat colocou no ar o canal Viva, que certamente terá grande audiência, pois recicla bons programas da Globo empacotados em formato de TV paga.

E, para que não digam que estou aqui fazendo propaganda, lembro que a TV por assinatura brasileira ainda tem um longo caminho a percorrer em termos de qualidade de sinal e atendimento. Som e imagem de alguns canais são lamentáveis. Espero que a concorrência resulte em melhorias também nesses dois itens.

3 thoughts on “TV paga, a bola da vez

  1. Realmente, lamentáveis (imagem e som). Como entramos na copa e sou admirador incontestável do futebol. E com grande pesar digo que toda euforia, toda propaganda, todo marketing em torno da copa do mundo totalmente em hd, acabou sendo uma grande frustração.

    Neste momento, estou assistindo Argentina x Nigéria e apesar de pagar R$269,90 pelo SKY HD, estou assistindo o jogo pela Globo HD. A ESPN (HD?) e o SPORTV (HD?) estão inassistíveis pra quem conhece HD numa copa. De que adianta a FIFA trabalhar com a melhor captação de áudio e vídeo nos eventos esportivos, se temos uma compressão gigantesca nos canais?

    Ontem, o sportv(hd?)ficou pelo menos todo o primeiro tempo de Africa do Sul e México com imagem sd em upscaling pra 1080i e detalhe, sem áudio nenhum! Depois, no segundo tempo, entrou o áudio em 2.0 dd. E apenas no segundo jogo transmitido veio o 5.1dd e a imagem definitivamente em 1080i, mas com compressão extratosférica.

    Como disse no início, estou assistindo pela Globo (realmente HD). A transmissão, segundo o logo da emissora, está 5.1, só que no formato AAC (que o módulo usb de tv aberta da Sky não converte pra AC3).

    Agora prestem atenção que só falei dos canais hd. Os sd, não dão nem cogitar. São muitos ruins!!! Péssimos!!

  2. Concordo com o Renato. É uma vergonha o que estão fazendo conosco. O SPORTV HD ( NET – canal 502), ontem, transmitiu até os 23 minutos do primeiro tempo, em Dolby Digital 5.1 somente com o som do estádio em um dos canais de áudio o que é FANTÁSTICO. A partir daí, entrou com o comentarista e locutor fazendo com que eu perdesse o sossego e tivesse que ficar ouvindo as muitas besteiras que eles falam.A opção que eles garantiam, me tiraram, ou seja, não tive mais a opção de não ter que ouvir narrador e comentarista!
    Tenho um receiver ONKYO 806 e tenho recebido uma excelente qualidade de som pela NET mas, na maioria das vezes, a opção de segundo canal de áudio não está disponível.

  3. Não entendi a colocação “por que é importante ter TV por assinatura”.
    O que precisamos é vídeo por demanda, não este absurdo de canais empurrados goela abaixo do consumidor, por preços estratosféricos.
    Onde está a tão propalada concorrência? O que temos são alienados, sem opções de comprar o pacote de canais que realmente interessam ao consumidor final.

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