Desde a última terça-feira, está em consulta pública no site do Ministério das Comunicações uma proposta para regulamentar as características do sinal de áudio transmitido pelas emissoras. Qualquer pessoa pode entrar neste link e sugerir mudanças – o que não quer dizer que estas serão atendidas; muitas vezes, as consultas públicas servem apenas para avalizar decisões previamente tomadas pelo governo. Mesmo assim, vale a pena se dedicar ao problema, principalmente se você – como eu – vive insatisfeito com o som que recebe em sua casa.

O problema é antigo (na verdade, essa regulamentação está prevista em lei desde 2001, mas nenhum ministro das Comunicações, nem dirigente da Anatel, se preocupou com o problema nesses onze anos). Deixando de lado a qualidade dos programas em si, que pode ser discutida em outro contexto, é fato que o áudio da maioria dos canais é, para dizer o mínimo, precário. Como não há padronização, muito menos fiscalização, cada emissora transmite do jeito que quer (ou pode). O mais irritante é a diferença de volume entre os programas e os intervalos comerciais; nestes, o som é propositalmente mais alto, o que é irregular. A proposta atual é para que essa diferença nunca seja superior a 1 decibel.

Em defesa do Minicom, é importante lembrar que esse é um problema mundial. É sempre forte a pressão dos anunciantes para que as emissoras aumentem o volume na hora dos anúncios. Mas há outras questões envolvidas. Por má qualidade de seus equipamentos, muitas emissoras transmitem programas com áudio quase ininteligível, no pressuposto – muitas vezes correto – de que em televisão a imagem é o mais importante. A nova regulamentação vale apenas para TV aberta, mas o problema também acontece nos canais pagos. Nestes, a responsabilidade cabe à operadora e, pelo menos, o assinante tem a quem reclamar (já comentamos o assunto aqui).

 

7 thoughts on “Como é o som da sua TV?

  1. Estão “chovendo no molhado”. O Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre previu desde sempre a inclusão de metadados para normalização dos níveis de áudio dos canais.
    Inclusive existe uma Norma ABNT somente para a parte de áudio do SBTVD-T. E se é Norma, já deveria estar sendo cumprida desde a inauguração do sistema, em dezembro de 2007.

  2. A variação do áudio na TV paga é muito irritante. Não dá nem para culpar apenas os anunciantes já que mesmo as propagandas de outros programas das emissoras costuma ter o áudio absurdamente mais alto do que o programa em exibição.
    Torço muito para que estas normas valham também para a TV paga.

  3. Realmente,isso é irritante.Cada vez que entra o intervalo,mudo de canal e paro no que estive passando algo interessante.Daí que não assisto nenhum programa inteiro…Ah,também há variações do volume de áudio nos vários canais,por exemplo o som da tv Globo na NET HD é muito mais baixo do que os outros ,para ficar aproximadamente igual,tenho mais do que dobrar o voluma da tv.

  4. As transmissões da repetidora da Bandeirantes que cobre os municípios do Norte Fluminense (Campos, São Fidélis,etc.) estão insuportáveis com relação ao volume elevado nos comerciais, principalmente por volta das 12 horas, no entremeio do programa de esportes. Não seria demais pedir um pouco de respeito ao consumidor.

  5. O áudio da TV Globo é mesmo muito mais baixo que o das demais, é menos da metade. Me pergunto por que isto acontece. Uma solução para o caso está em certos modelos de televisores, que tem memória de volume de áudio por canal, que, infelizmente, o meu não tem.

  6. Qual o modelo/marca de televisor que tem memoria de volume de audio por canal, conforme o post do Jose Eduardo Ribeiro Moretzohn?

  7. Olá Ingrid, não conhecemos. Vamos aguardar que o Moretzohn responda. Abs. Orlando

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